Talvez você tenha ouvido falar: em 21 de março um asteroide perigoso com cerca de 1 km de diâmetro chamado 2001 FO32 (também conhecido como 231937) vai passar “raspando” pela Terra. O visitante será o maior e mais rápido objeto a cruzar nosso caminho no espaço em 2021, se movendo a quase 124 mil km/h.
Mas não devemos ter medo. O risco de colisão com a Terra é zero, e a distância entre ele e nosso planeta, embora possa ser considerada um “raspão” em termos astronômicos, é muito maior do que as notícias sensacionalistas dão a entender.
Em sua aproximação máxima, 2001 FO32 vai passar a pouco mais de 2 milhões de km de nós. Simplificando, isso significa 5,25 vezes a distância média entre a Terra e a Lua. E você não vê manchetes nos jornais dizendo que a Lua vai passar “raspando” pela Terra.
Mas o asteroide não é potencialmente perigoso?
São considerados “Objetos Potencialmente Perigosos” (PHOs, Potentially Hazardous Objects) quaisquer objetos, sejam asteroides ou cometas, cuja órbita intersecte a da Terra a uma distância mínima de 7,5 milhões de quilômetros (19,5 vezes a distância entre a Terra e a Lua) e tenham um diâmetro de cerca de 140 metros ou mais.
São grandes o suficiente para causar “devastação regional sem precedentes na história humana” em caso de impacto com o solo, ou imensos tsunamis caso caiam no oceano. Mas um impacto destes ocorre, em média, uma vez a cada 10 mil anos.
Mas notem que a probabilidade de impacto não é um critério. 2001 FO32 é, sim, um PHO. Mas estima-se que há mais de 4.500 deles no espaço, com uma margem de erro de 1.500 para mais ou para menos.
Todos os PHOs são constantemente monitorados por astrônomos, e aqueles cuja órbita representa um risco de impacto, por menor que seja, são adicionados a um banco de dados conhecido como Sentry (Sentinela). Por exemplo, o 2000 SG344 tem 101 probabilidades de impacto listadas no Sentry. A maior delas, em 16 de setembro de 2071, é de 0.00091%.
E nosso amigo 2001 FO32? Sequer está listado no banco de dados.
Defesa planetária
Com nossa tecnologia atual, pouco poderíamos fazer caso um asteroide de grande porte realmente estivesse em rota de colisão com nosso planeta. Um erro comum é pensar que poderíamos simplesmente “explodir” o objeto usando mísseis nucleares, por exemplo.
Seria um caso clássico onde “a emenda é pior que o soneto”. Uma explosão transformaria um objeto em uma nuvem de milhões de objetos, muitos deles ainda em rota de colisão. Ou seja, em vez de termos de nos preocupar com apenas um impacto, teríamos de nos preparar para milhares.
Uma teoria, que será testada em breve, é enviar uma espaçonave para colidir com o asteroide em um momento e ponto preciso no espaço. A manobra alteraria ligeiramente a órbita do asteroide. A mudança seria inicialmente pequena, mas a longo prazo grande o bastante para evitar o impacto.
Testar esta manobra é o objetivo da missão Dart (Double Asteroid Redirection Test, Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), que está sendo preparada pela Nasa. Ela consiste no envio de uma espaçonave ao asteroide 65803 Didymos, que tem cerca de 800 metros de diâmetro e é orbitada por uma pequena lua chamada Dimorphos, com 160 metros de diâmetro.
A espaçonave irá colidir com Dimorphos, alterando seu período orbital ao redor de Didymos, e a diferença será medida aqui da Terra. Um “cubesat” (satélite de pequeno porte) italiano chamado LICIACube também será enviado como parte da missão, e irá fotografar e filmar os momentos antes e após o impacto.
O lançamento da missão estava originalmente programado para ocorrer entre 21 de julho e 24 de agosto, mas foi adiado para uma data ainda a ser definida em uma janela entre 24 de novembro de 2021 e 15 de fevereiro de 2022. A espaçonave irá decolar da base aérea de Vanderberg, na Califórnia, a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX.
Apesar do atraso, a Nasa afirma que o cronograma da missão não será significativamente alterado e que a Dart irá chegar a Didymos com apenas “alguns dias” de diferença em relação à data original, 30 de setembro de 2022.
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