Neste ano, após passar por alguns adiamentos, finalmente o jogo Cyberpunk 2077 foi lançado para computadores e videogames no dia 9 de dezembro (dependendo de sua região ou plataforma). Passando por um período de desenvolvimento de aproximadamente 7 anos, o jogo promete entregar uma história incrível e mecânicas complexas mesmo para um jogo de RPG onde o jogador tem liberdade de escolha para definir sua história.
O Olhar Digital recebeu uma cópia do Cyberpunk 2077 para PC e após zerá-lo, além de passar algumas dezenas de horas nele, pode te contar em detalhes o que achou dele e se esta experiência imersiva foi entregue ou não. A seguir, confira a análise completa de Cyberpunk 2077.
História de Cyberpunk 2077
Em Cyberpunk 2077, a história toda gira em torno de V, um personagem que deve ser criado por você onde cada característica sua fica a seu critério. Além de definir o gênero e porte físico, também cabe a você escolher quais são as principais habilidades e outras características dele.
No que diz respeito a criação do personagem, o sistema criado pela CD Projekt não chega a impressionar ou ser inovador, entretanto, o grande número de opções que você possui para personalizar V realmente agrada. Não apenas isso, depois de criar o seu personagem, já no próprio jogo ou na campanha em si, você também poderá voltar a customizá-lo com implantes e até mesmo com roupas, que podem ser meramente cosméticas ou não.
Antes de criar o personagem V, vale notar, você precisa selecionar de qual facção ou classe ele pertencerá. As opções são: Nômade, Marginal e Corporativo. Cada uma destas classes tem as suas próprias características e também resultam em um “começo de jogo” um pouco diferente, mas no fim das contas, você notará que sempre acabará no mesmo lugar.
Depois de passar por uma breve introdução de como é Night City, a cidade do jogo e que também faz parte do grande foco central da trama, logo você vê V como um mercenário, que deve realizar alguns trabalhos para fazer o seu nome. Apesar de “quase tudo” começar bem, em pouco tempo, um dos trabalhos de V não acaba saindo como o esperado e ele fica com um outro personagem preso dentro de sua cabeça, o que até poderia não ser um problema se isto não estivesse colocando a sua vida em risco.
As missões de Cyberpunk 2077 e a sua “possível” liberdade de decisão
A partir desse momento do jogo, que é basicamente o seu prólogo, você começa a ter acesso a mais missões e também a ter mais liberdade em Night City. Já o diário de Cyberpunk 2077 deixa bem claro quais são as suas missões principais e quais são as secundárias.
Como você deve esperar, é claro, as missões obrigatórias do jogo trazem o enredo principal de sua história sem muita enrolação. Aqui, entretanto, fica uma de minhas maiores críticas ao jogo, que tem uma “campanha principal” extremamente curta, que sequer deixa você se “apegar” ou “simpatizar” com certos personagens.
Já as side quests, apesar de serem claramente opcionais, nem sempre são tão separadas assim da história principal de V. Boa parte delas acabam revelando a história de diversos personagens importantes e outros detalhes interessantes da trama, além de servirem para você, de fato, evoluir seu personagem, algo que não dá muito tempo de fazer apenas na campanha principal. E, pelo mapa visto acima, você já pode ter uma breve ideia do número de eventos que podem ser realizados, lembrando que muitos ainda vão se destravando com o passar da jogatina.
Ainda em relação a estas missões opcionais, aqui, precisamos falar que são elas que salvam o jogo, já que de certa forma, elas até acabam sendo bem variadas e farão você explorar mais os diferentes locais de Night City, além de até mesmo destravarem mais opções de finais. Já os objetivos, geralmente, vão envolver entrar em locais proibidos e matar inimigos ou realizar alguma vingança, mas ainda assim conseguem fazer o seu papel de entreter sem cansar muito.
Apesar de ser bem divertido em certos momentos, algo que me desapontou em Cyberpunk foi a “falta” de poder me decidir em certas situações. Muitos diálogos do jogo possuem apenas uma frase que dá sequência (ela fica em laranja) e outras azuis, que na maioria dos casos, só servem para conversar sem acrescentar praticamente nada. É claro que existem, sim, algumas missões em que você poderá tomar rumos diferentes para alcançar objetivos, mas muitas vezes, a história no fim das contas acaba sendo a mesma. Inclusive, a maioria das missões que têm mais opções de diálogo ou fim são as opcionais.
Já a sua classe também é algo que pode alterar certos diálogos, mas eu achei que essa mecânica também poderia ser mais bem explorada. Diferente do que ao menos eu esperava pelo que foi mostrado até antes de seu lançamento, eu senti que o jogo sempre tem uma certa sequência de missões que já são “pré-definidas”. Eu não senti que as minhas missões foram muito alteradas em decorrência das decisões que eu tomei durante a campanha. Inclusive, em certos momentos, você tem poder total de reverter uma decisão que havia tomado, algo que não achei tão legal.
De forma geral, já para não entrarmos com spoilers, é possível dizer que a história de Cyberpunk apesar de não ser inovadora, é interessante e tem até mesmo algumas reviravoltas quase inesperadas. Apesar deste elogio, eu tenho algumas críticas que considero bem importante.
Mesmo ao trazer inúmeras missões opcionais, a campanha principal de um jogo de RPG precisa ser densa e me senti bem decepcionado ao descobrir que já estava perto do fim de Cyberpunk 2077 ao realizar pouquíssimas missões. Não apenas isso, como seria de tradição de um “RPG mais ocidental”, a liberdade de escolha nas suas falas quase não fica em evidência e a sua classe pouco contribui para que a história seja modificada de uma forma mais brusca.
Os gráficos e a tão aclamada Night City
A CD Projekt prometeu que Cyberpunk 2077 seria revolucionário em diferentes sentidos, incluindo a o seu mundo e até mesmo os NPCs. Por sua vez, Night City realmente é uma cidade imensa com diversos pontos para serem explorados, mas muitas áreas são vazias ou não tão preenchidas assim.
Apesar disto, é inegável que Night City forma um dos mundos abertos mais incríveis vistos em games nos últimos tempos. Inclusive, os mencionados NPCs possuem conversas diferentes, que as vezes podem ser bem engraçadas e até valem uma parada para serem assistidas.
Entretanto, além das áreas vazias, diferente do prometido, os NPCs não possuem exatamente uma rotina e segui-los quase sempre te levará a lugar nenhum. Apesar da cidade ser repleta de prédios e lojas, pessoalmente, eu achei que a interação com muitos destes elementos também deixou a desejar. Por exemplo, ao entrar em uma casa cheia de máquinas ou computadores, a única coisa que você pode fazer é hackeá-los, ou seja, existem poucos mini-games ou coisas do tipo a fazer.
Além disso, o comportamento dos NPCs do jogo é um tanto quanto estranho e ele possuem uma inteligência artificial, por vezes, rudimentar. Ao roubar um carro, por exemplo, tudo que o NPC fará é ficar agachado no meio da rua, as vezes soltando uma frase, mas sem outra reação. Caso aconteça de aconteça um atropelamento dele, você também notará que a física do jogo não contribui.
Não apenas ao roubar um carro, este mesmo comportamento de NPCs agachados, às vezes, ocorre sem muitas explicações ao você andar por um local. Inclusive, mesmo acabando a confusão, eles não voltam a esboçar reações.
De volta a questão da vida em Night City, apesar da cidade mostrar uma movimentação bem intensa e conversas, dificilmente você verá muitas opções de interação que não sejam para intervir em crimes ou outros delitos que estejam ocorrendo. Assim, passear por passear em Night City, por vezes, pode se tornar uma tarefa repetitiva.
Em relação aos gráficos, como você deve ter notado pelas imagens acima, Night City acaba sendo bem bonita e abusa dos reflexos para passar aquela sensação de clima futurista. Cyberpunk 2077 não é o jogo mais bonito que já vimos nesta geração e, mesmo ao desligar certos elementos do Ray Tracing (ao menos na versão de PC), boa parte de seus gráficos se mantém igual. De toda forma, não é possível criticar os gráficos de Cyberpunk que cumprem bem o seu papel.
O sistema de evolução de V e os combates de Cyberpunk 2077
Se existe algo onde praticamente não há críticas a serem feitas em Cyberpunk fica na parte do desenvolvimento do personagem. Primeiro, você define quais serão os seus pontos de atributos, que podem ser separados nos seguintes itens: corpo, reflexos, habilidade técnica, inteligência e moral.
Cada um deles, é claro, te dará benefícios únicos. Assim, por exemplo, ao investir em “corpo”, você poderá deixar o seu personagem com mais vida e ataques mais fortes. Já ao investir em habilidade técnica ou em inteligência, você poderá ter acesso a mais hacks e outros tipos de ataques, que poderiam ser até mesmo considerados como algum tipo de magia em um RPG mais tradicional.
Além de investir nos pontos de atributo, você também precisa investir nos “pontos de vantagem”, que ficam dentro deles. Neles, você poderá investir em habilidades mais específicas, como ter certo nível de habilidade com um tipo de arma específica ou até mesmo ganhar a possibilidade de pular mais alto e de recuperar vida com mais rapidez.
Não apenas restrito a esse sistema que pode ser acessado a qualquer momento, em Cyberpunk 2077, você também tem o acesso a medicânicos, que são os médicos do jogo e que podem instalar implantes no corpo de V. Através de itens instalados neles, você também consegue melhorar os atributos de V e ganhar outras habilidades especiais, inclusive, caso não instale implantes, muitas missões ficarão difíceis de serem completadas devido as vantagens que eles lhe concedem.
Já ao entrar no mérito do combate, o Cyberpunk 2077 as vezes impressiona, mas mais uma vez, a sua inteligência artificial desaponta bastante. Em Night City, você encontrará inúmeros tipos de armas que vão de rifles, escopetas, pistolas até espadas e outros objetos, que em um mundo real não poderiam ser consideradas armas brancas.
Assim, com um arsenal tão vasto, cada arma do jogo realmente oferece uma jogabilidade diferente que muda o recuo, mira e outros aspectos. Não apenas isso, as armas do jogo também podem ser equipadas com modificações, que podem melhorar certos atributos. O jogo, também vale notar, conta com um sistema de criação bem interessante para que itens únicos sejam fabricados pelo jogador com melhores status, mas essa é uma parte mais opcional, o que deve agradar os jogadores que não gostam de crafting.
Já no combate em si, ao ter jogado o Cyberpunk 2077 no computador com mouse, teclado e também no controle, eu posso dizer que o jogo se sai bem quando o assunto é jogabilidade. Os combates em geral são bem rápidos e as diferentes formas que você tem para atacar os seus inimigos, seja com habilidade ou com armas, são bem divertidas.
Entretanto, o que estraga mesmo é a inteligência artificial, como mencionei logo acima. Em muitas missões, você terá NPCs que serão seus companheiros, mas que na prática poderiam deixar de existir nos combates, já que eles quase não atacam ou fazem algo relativamente útil. Por outro lado, em certas dificuldades, mesmo sem andar agachado, você pode chegar do lado do inimigo sem ele fazer praticamente nada. Inclusive, em uma de minhas missões, no meio de um tiroteio intenso, eu vi NPCs parceiros meus com armas simplesmente passeando com elas enquanto o combate rolava.
Performance, bugs e demais problemas
O Olhar Digital recebeu o Cyberpunk 2077 para PC e foi rodado a partir de um SSD NVMe em uma configuração com um i5 de 9º geração, 16 GB de memória RAM DDR4 e placa de vídeo RTX 2070 Super. Na questão da performance em relação a taxa de quadros, o jogo variava bastante conforme o ambiente. Assim, em combate, eu sempre tive uma taxa de quadros acima de 60, enquanto na cidade, a taxa variava de 40 até 58 quadros por segundo dependendo do número de NPCs e outros objetos.
Em relação aos bugs, tendo jogado o Cyberpunk até no patch de número 1.06, os problemas foram bem variados. A maioria eram coisas simples como objetos flutuando, mas diversas vezes, tive que reiniciar missões para poder prosseguir.
Já os outros pontos problemáticos do jogo que não consideramos bugs ficam mesmo por conta de sua física, NPCs com atitudes estranhas e inteligência artificial fraca para um jogo que é ou era para ser considerado um dos destaques do ano.
Conclusão
Não existem dúvidas de que o Cyberpunk 2077 era um dos jogos mais aguardados dos últimos tempos praticamente desde que foi anunciado. Apesar de ser um dos games mais divertidos do ano, é inegável que o game possua muitas falhas que comprometam a sua qualidade.
A começar pelos pontos positivo, eu destaco o mundo imenso criado por ele, que apesar de não ter muitas coisas em determinadas partes, ainda é de impressionar. Já o seu sistema de evolução do personagem realmente merece muitos elogios junto com o seu combate, apesar dos problemas de os inimigos não serem muito inteligentes e outros detalhes.
Já a maior parte negativa de Cyberpunk 2077, em minha opinião, fica por conta do jogo não te dar aquela liberdade tão prometida onde toda ação sua contaria para mudar o rumo da história. Não apenas isso, a sua “campanha principal” é extremamente curta e você quase sequer tem tempo de apreciá-la quando ela começa a “caminhar” ou “empolgar” de verdade”.
É possível dizer que mesmo com todos os seus defeitos, Cyberpunk 2077 é um dos jogos mais divertidos do ano, mas isso não muda o fato de que ele poderia ser bem melhor. Já quem estava esperando um jogo revolucionário, infelizmente, fica o sentimento de frustração, pois muitos de seus elementos foram vistos anteriormente em diferentes jogos.
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