O julgamento de dois processos movidos contra o Google, ambos acusando a empresa de práticas anticompetitivas e formação de monopólio, não será feito antes de 2023, segundo informações de um juiz a serviço do Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos, que sugeriu a data de 12 de setembro daquele ano – uma sugestão que não teve objeções por parte das entidades reclamantes.
Os dois processos referem-se, respectivamente, a uma ação movida contra o Google pelo próprio DOJ, sob a legislação antitruste, bem como um segundo acionamento judicial, movido em conjunto por 38 estados americanos liderados por advogados do Colorado e Nebraska. Estes afirmam que o Google “construiu uma trincheira impenetrável ao redor de seu reino”. Em ambos os casos, as “práticas anticompetitivas” referem-se ao formato do Google Search, uma das principais fontes de renda da empresa de Sundar Pichai e que é intrinsecamente ligada ao Google Ads.
Basicamente, os processos afirmam que o Google engajou em práticas escusas para assegurar sua posição como o principal buscador do mundo, incluindo a negociação de acordos especiais para que o Search fosse a opção padrão de buscas em navegadores de internet, smartphones e dispositivos de casa conectada. Outra acusação é a de que o Google manipula resultados a fim de posicionar seus próprios produtos de forma mais vantajosa que os de seus concorrentes.
No julgamento do Google, é provável que os processos sejam unificados em uma única ação, a fim de que sua tramitação judicial seja mais rápida. Entretanto, isso não implica em uma resolução veloz – ou mesmo pacífica: o DOJ considera o tamanho dos processos grande demais para que sua solução venha sem antes passar alguns anos, ao passo que o Google comentou, em uma postagem em seu blog oficial, que as ações são uma tentativa de “mudar o Search de forma que reprima os americanos de informações úteis e machuque a habilidade dos negócios de se conectarem diretamente com os seus consumidores”:
“[Os processos] sugerem que nós não deveríamos ter trabalhado para melhorar o Search e que deveríamos, na verdade, ser menos úteis para você”, diz um trecho da postagem no blog. “Quando você busca por produtos e serviços locais, nós lhe devolvemos informações que lhe ajudam a se conectar com os negócios diretamente, ajudando eles a atingirem mais clientes. O que os processos exigem é que nós façamos mudanças no Google Search, requerendo de nós que sejam exibidos intermediários online no lugar de conexões diretas com os negócios”.
Este é o terceiro processo que envolve, em variados graus, o Google Search ou o Google Ads. No último dia 16, o promotor geral do Texas, Ken Paxton, junto de outros nove servidores, acusaram o Google de negligência com seu negócio de publicidade direcionada. Mais além, o Facebook também vem sendo questionado sobre práticas similares junto às autoridades dos EUA.
Fonte: Android Police / Google
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