A primeira detecção de ondas gravitacionais, feita em 2016, foi um feito e tanto. Tanto que o trabalho feito pelos pesquisadores do Ligo (sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) valeu o Prêmio Nobel de Física no ano seguinte – e abriu as portas para todo um novo campo de estudo.Quatro anos depois, a equipe de cientistas que compõe o Ligo e o Virgo Collaboration está agora compartilhando todos os detalhes de suas descobertas. Isso inclui novos candidatos à detecção de ondas gravitacionais que passaram pelo escrutínio dos cientistas – um total 39 só nos últimos seis meses.O conjunto de dados produziu o mais detalhado “retrato de família” dos buracos negros, oferecendo novas pistas sobre como eles se formam. As observações podem ainda ajudar a entender como estrelas binárias interagem e evoluem, impactando desde a formação de exoplanetas à formação de galáxias.Ligo/DivulgaçãoImagem aérea do Ligo Hanford Observatory, nos Estados Unidos. Imagem: Ligo/DivulgaçãoAs informações estão em três artigos disponíveis em pré-impressão na plataforma Arxiv.org (aqui, aqui e aqui), portanto, pendentes de revisão por pares acadêmicos. “A astronomia de ondas gravitacionais é revolucionária – revelando-nos a vida oculta de buracos negros e estrelas de nêutrons”, afirma Christopher Berry, membro do Ligo Scientific Collaboration (LSC) e autor dos artigos. “Em apenas cinco anos, deixamos de saber da existência de buracos negros binários e passamos a ter um catálogo de mais de quarenta”, completa.Os sinais de ondas gravitacionais nos quais os estudos se baseiam foram detectados durante a primeira metade da terceira corrida de observação, chamada O3a, do Ligo. Para efeito de comparação, a primeira corrida teve três detecções de ondas gravitacionais e a segunda teve oito. No novo lote inclui um objeto misterioso na lacuna de massa (GW190814) e o primeiro”Após a segunda execução de observação, pensei que tínhamos visto todo o espectro de buracos negros binários, mas a paisagem dos buracos negros é muito mais rica e variada do que se imaginava”, afirma a astrônoma Maya Fishbach, da Northwestern University e do LSC.Via: ScienceAlert
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