Professora defende obra de artista Júlio Guerra, criador do Borba Gato

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Na Avenida Santo Amaro, a estátua de Borba Gato, bandeirante considerado símbolo do extermínio indígena no Brasil colonial, voltou a causar polêmica ao ser citada nas redes sociais por grupos que defendem sua derrubada. “Se a cidade quer ressignificar seus monumentos, que troque o nome dele”, defende Cristina Costa, 70, professora da Escola de Comunicações e Artes da USP, que publicou um texto a favor do artista da obra, Júlio Guerra (na foto), e em 1994 foi curadora de sua retrospectiva na Pinacoteca do Estado. “Ele quis fazer um bandeirante como alguém capaz de defender fronteiras, por isso está na entrada de Santo Amaro”, descreve. A estátua, produzida com técnica em ladrilhos e inaugurada em 1963, chegou a ser alvo de pichações em 2016. “Trabalho há vinte anos com liberdade de expressão e sei que todas essas atitudes em defesa do politicamente correto cometem equívocos incríveis”, critica. “A elite paulistana nunca aceitou o Borba, chamado de bonecão, ferindo o gosto europeu dos nossos críticos. É o único monumento de arte popular de São Paulo, basta olhar, sem patrulhas”, argumenta.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1º de julho de 2020, edição nº 2693.



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