A ex-mulher e sócia de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro e dono da casa em Atibaia, no interior paulista, na qual Fabrício Queiroz foi preso na quinta-feira (18), teria recebido 41,6 milhões durante a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido).
Os valores recebidos pela empresa de Cristina Boner Leo, a Globalweb Outsourcing, foram recebidos entre janeiro de 2019 e junho deste ano, segundo levantamento do UOL no portal da Transparência e no Diário Oficial.
A empresa de tecnologia da informação presta serviços para órgãos da administração federal como o Ministério da Educação e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social, o BNDES.
De acordo com o UOL, a empresa também foi fornecedora de serviços nas gestões de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (MDB). Durante a gestão de Bolsonaro, os contratos com governos anteriores foram prorrogados e receberam aditivos de 165 milhões de reais.
A Globalweb também fechou novos contratos com o novo governo no valor de 53 milhões de reais. Ao todo, a empresa da ex-mulher de Wassef tem a receber 218 milhões de reais da administração federal.
A Globalweb e Cristina negaram “qualquer tentativa de vinculação de seus resultados ou das contratações como fruto de influência política”.
Frederick Wassef é muito próximo do Palácio do Planalto e defende a família Bolsonaro em vários processos, como o caso da “rachadinha”, em que o senador Flávio Bolsonaro, quando ainda era deputado estadual do Rio de Janeiro, é investigado por supostamente cobrar de seus ex-assessores, parte do salário.
O advogado afirmou no sábado (20) que ele e o presidente Jair Bolsonaro viraram “uma pessoa só”. “Se surgir qualquer coisa em meu desfavor, é uma armação, uma fraude, uma farsa. … Se bater no Fred, atinge o presidente”, disse à CNN Brasil. “Estão fazendo isso para tentar me incriminar”.
Wassef afirmou ainda que, em breve, dará provas de que não cometeu irregularidades. “Vão cair do cavalo, nunca fiz nada de errado na vida”, declarou. Por outro lado, o advogado se esquivou da pergunta sobre o porquê o ex-assessor do hoje senador e filho do presidente Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) estava em uma propriedade sua.
“Estou a caminho de Atibaia, onde vou passar o fim de semana para ver os estragos que fizeram em meu escritório”, disse. Em seguida, Wassef chamou de “mentira” a informação de que as autoridades policiais confiscaram vários documentos na casa em que Queiroz foi encontrado. “Não tinha sequer uma caneta Bic lá. A casa estava em reforma”.
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