Com cerca de 130 milhões de usuários no Brasil, o WhatsApp lança nesta segunda-feira, 15, o módulo de compartilhamento de dinheiro entre usuários e empresas por meio do aplicativo móvel. Esse movimento foi antecipado por VEJA em 11 de junho. A confirmação da novidade foi feita nesta segunda-feira, 15, por Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, empresa dona do WhatsApp. Desde 2018, o sistema de pagamentos era testado na Índia. O Brasil será, portanto, a primeira nação a receber o roll-out do sistema. A novidade é que, além do compartilhamento de moeda entre usuários, também será possível utilizar o método para pagar uma empresa.
“Hoje, nós lançaremos o sistema de pagamentos para pessoas que usam o WhatsApp no Brasil. Estamos facilitando o envio e o recebimento de dinheiro assim como o compartilhamento de fotos. Também estamos permitindo que pequenas empresas façam vendas diretamente no WhatsApp. Para isso, criamos o Facebook Pay, que fornece uma maneira segura e consistente de efetuar pagamentos em nossos aplicativos”, disse Mark Zuckerberg, CEO do Facebook. Segundo o executivo, a plataforma está trabalhando com instituições financeiras como Banco do Brasil, Nubank, Sicredi e Cielo. “Quero agradecer a todos os nossos parceiros por tornar isso possível. O Brasil é o primeiro país em que estamos lançando amplamente o sistema de compartilhamento de pagamentos pelo WhatsApp. Mais em breve!”, completou Zuckerberg.
Para acelerar inovações no país, um mercado estratégico por sua capilaridade, o Facebook está à procura de um comandante local para o WhatsApp. Quem assumir a divisão local, instalada próximo à Avenida Faria Lima, em São Paulo, terá como missão declarada “construir e executar uma estratégia que expanda o uso e o faturamento no Brasil”. Ou seja, além de lidar com as melhorias no aplicativo móvel, que está na mira da Justiça devido ao compartilhamento massivo de mensagens falsas, o executivo terá de coordenar a empreitada do aplicativo de mensagens também como meio de pagamentos. Disponível para os sistemas Android e iPhone (iOS), o modelo de compartilhamento de dinheiro do WhatsApp é similar ao PicPay. “A oportunidade de negócios e o potencial que existe para a ferramenta é o que deve estar justificando esse investimento no Brasil. Ninguém investe simplesmente com o objetivo de rechaçar boatos ou alguma questão pontual jurídica. Se o objetivo fosse puramente esse, eles estariam contratando um escritório de advocacia e não um head local”, diz Pietro Delai, gerente de programas para software e soluções na nuvem da consultoria global IDC.
O Brasil é um mercado a ser explorado. Diferentemente de China e Rússia, que possuem também um vasto território e capacidade inexorável de expansão socioeconômica, há no país sul-americano, sobretudo, abertura comercial com outras nações. São fatores cruciais para a entrada massiva de gigantes americanas e chinesas nos últimos anos. A Amazon, por exemplo, por muitos anos estudou formas de como prosperar no país. Desde 2012, a principal varejista do mundo ganha terreno pouco a pouco no cenário local. Na visão de especialistas, o Facebook tinha que dar uma resposta à altura ou ficaria para trás da concorrência. “Com a pandemia, se acelerou um processo intenso de substituição de modelos transacionais por meio de pagamento, que culminará em algum momento com a substituição em parte do padrão vigente de moeda. E, portanto, você não pode estar fora do jogo num mercado como o do Brasil”, afirma Domeneghetti. “O movimento de curto prazo do WhatsApp é certamente ser usado para substituição de call center e última milha com o cliente, prestando serviços para empresas e consumidores”. A expansão do aplicativo como meio de negócios no país será mais uma mostra de que termos como 5G, blockchain e Bitcoin vieram para fazer parte do imaginário popular.
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