Starbucks e Nestlé podem crescer com crise de pequenas marcas

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Starbucks e Nestlé, dona das marcas Nescafé e Nespresso, podem conquistar uma fatia maior do mercado com o fim das medidas de isolamento social, o que limitaria as opções de consumidores.

Os preços futuros do café arábica, o tipo usado pela Starbucks, acumulam queda de 26% em Nova York desde janeiro. A baixa reflete o impacto da pandemia, que reduz o consumo em cafeterias, restaurantes e escritórios, e também o aumento da oferta global.

Grandes fabricantes de café como Nestlé e Starbucks têm mais capacidade de sobreviver às paralisações do que pequenos produtores especializados, de acordo com James Watson, analista sênior de bebidas do Rabobank International. O resultado: “Podemos ver muitos fechamentos de cafeterias, criando um pouco de vácuo” quando as comunidades reabrirem, disse Watson.

“Os grandes players, com acesso imediato ao varejo, estarão posicionados para preencher essa lacuna”, disse Watson por telefone. “Isso pode acontecer por meio de uma aquisição ou ganhando contas comerciais de outra empresa. Pode haver muitos fechamentos” e poucas opções gourmet para consumidores, explicou.

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A Nestlé não comentou quando contatada, mas em teleconferência sobre o balanço em 24 de abril, Francois-Xavier Roger, diretor financeiro da empresa, disse que ser uma empresa que serve o público fora de casa na era dos coronavírus é uma “tremenda carga”.

Como resultado, disse, “queremos oferecer assistência imediata e pragmática a alguns de nossos parceiros fora de casa e de serviços de alimentação para ajudá-los a enfrentar a crise e a reiniciar os negócios, essa é realmente a ideia”.

No mês passado, o CEO da Starbucks, Kevin Johnson, disse que as vendas da empresa mostram recuperação com as medidas para normalizar as operações. A rede com sede em Seattle pretende reabrir 90% das unidades nos EUA até o início de junho, a maioria apenas com serviços drive-thru, entrega e coleta nas entradas das lojas.

Vendas de supermercado

Por enquanto, consumidores estão comprando mais café para sua dose diária de cafeína, ajudando produtores como a Nestlé. Nas 13 semanas encerradas em 17 de maio, as vendas no varejo dos EUA em supermercados e outros pontos de venda aumentaram 15% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da IRI, pesquisadora de mercado de Chicago.

Mas o aumento das vendas domésticas de café “nunca compensarão a perda de serviços de alimentação”, de acordo com Judy Ganes, presidente da J. Ganes Consulting, que acompanha o setor. “A recuperação não será rápida.”

Antes do vírus, Chris Nolte e Paul Massard vendiam cerca de 900 quilos por semana de sua marca Per’La Specialty Roaster para hotéis na região de Miami, restaurantes e para a única cafeteria que administravam. Eles começaram a operação de torrefação no final de 2015, com foco em hotéis, e abriram a cafeteria há dois anos.

Quando a paralisação começou, interrompendo a temporada turística da cidade, o volume caiu 85%, segundo Nolte. Agora, os dois sócios, que se conheceram no primeiro semestre da faculdade de administração em 2001, recorrem às redes sociais e vendas on-line para compensar pelo menos parte da queda das vendas.

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