O Governo Federal estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficará estagnado em 2020, expandindo apenas 0,02%. A revisão foi divulgada nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério da Economia. Anteriormente, a estimativa do governo é que a expansão da economia fosse de 2,1%. O avanço da epidemia causada pelo novo coronavírus no Brasil, com a restrição de circulação de pessoas e de atividades em diversas cidades do país afeta a economia. Para enfrentar a crise do coronavírus, o governo decretou estado de calamidade pública, com isso, o governo pode desobedecer as metas fiscais estipuladas anteriormente.
“O que está ocorrendo é um choque inesperado na economia mundial e também atingiu no Brasil. Mas, além de inesperado, é algo transitório”, disse o secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Segundo o Ministério da Economia, o PIB de 0,02% contempla um cenário de recessão técnica no primeiro semestre.
O corte significativo na previsão de crescimento vem em linha com as estimativas que bancos e analistas de mercado fizeram nos últimos dias. O Credit Suisse estima que o PIB fique estagnado, enquanto outros agentes internacionais apostam em recessão no Brasil. É o caso do Bank of America, que prevê a economia brasileira recuando 0,5%, o Goldman Sachs, -0,9% e o JPMorgan, 0,9%. No início da semana, o mercado financeiro brasileiro estimava crescimento de 1,68%, porém, houve aumento vertiginoso de casos de Covid-19 durante a semana.
A derrocada do PIB terá um efeito nefasto sobre as contas públicas. O ministério entende que precisará de um espaço fiscal da ordem de 375 bilhões de reais. Assim, a meta fiscal, que já prevê um rombo de 124,1 bilhões para este ano, não deverá ser alcançada. Os técnicos entendem que o tombo será próximo a 161,6 bilhões de reais. A avaliação, contudo, foi finalizada em fevereiro — com o avanço dos efeitos da pandemia sobre a economia, estes valores devem piorar nos próximos meses.
O rombo fiscal aumentou por dois fatores. O governo prevê uma frustração de receitas de impostos da ordem de 31,2 bilhões de reais. Por outro lado, um aumento dos gastos no valor de 6,3 bilhões de reais. Contudo, os anúncios recentes do ministério, que preveem liberação de até 179,6 bilhões de reais para estimular o consumo, não estão considerados no relatório.
A próxima previsão das metas fiscais está programada para maio, mas segundo Waldery, revisões adicionais podem ser feitas com periodicidade menor devido ao dinamismo da situação.
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