Emprego e juro baixo puxam intenção de consumo para maior nível desde 2015

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A confiança das famílias na economia ensaia uma retomada. Um dos principais termômetros dos lares no país, o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 99,3 pontos em fevereiro – é o maior nível desde abril de 2015, quando o valor registrado foi de 102,9 pontos.

Os fatores que explicam o clima de otimismo nas famílias são a redução do índice de desemprego, os cortes recentes na taxa de juros e a melhora no crédito – a percepção de acesso ao crédito foi o componente do indicador que mais cresceu para o mês, registrando 95,4 pontos, maior patamar desde maio de 2015.

“Temos visto uma redução no índice de desemprego, o que faz com que as pessoas fiquem menos receosas com seus trabalhos”, diz Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC. “Isso faz com que elas tenham mais confiança para gastar e usar o cartão de crédito”, complementa.

Apesar do avanço considerável, o índice ainda se manteve abaixo da linha dos 100 pontos, que separa satisfação de pessimismo. Em 2019, a melhor pontuação do indicador foi, também, em fevereiro, quando alcançou a marca de 98,5 pontos. Problemas como a demora para a concretização das reformas estruturais do governo e o desemprego em alta fizeram com que o indicador perdesse força no primeiro semestre do ano.

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“Em 2019, a atividade econômica estava iniciando um processo de recuperação, com o PIB e o índice de emprego melhorando somente no segundo semestre. Haviam várias incertezas. Para este ano, as projeções são mais positivas. A nossa expectativa é que o PIB seja o dobro do que foi em 2019”, diz Catarina.

O pior componente registrado pelo indicador em fevereiro foi o de consumo de bens duráveis, com 79,3 pontos, queda de 5,4% em relação ao mês de dezembro. Esse componente avalia a perspectiva de compra de produtos como automóveis, eletrodomésticos, móveis etc. “Foi a única queda dentre os subíndices para o mês. Apesar de não estar perto do nível de satisfação, é um componente que tem demonstrado melhora”, afirma a economista.



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