Mais de 70 assassinatos são registrados no Ceará durante motim da PM

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Rio — O Ceará segue em uma disparada de violência durante o motim da Polícia Militar. Entre a tarde de sexta-feira e a manhã deste sábado, pelo menos 22 homicídios foram registrados. Com isso, sobre para, no mínimo, 73 assassinatos contabilizados no estado. Entre às 6h de quarta-feira e 6h desta sexta, 51 assassinados foram notificados, segundo a secretaria de Segurança Pública do Ceará.

Os assassinatos ocorridos entre a tarde de sexta-feira e a madrugada de sábado foram levantados pelo G1 em três delegacias do estado, junto a policiais nos locais dos crimes, e a partir de fontes da polícia. Dos 22 homicídios contabilizados, 15 aconteceram em Fortaleza e região metropolitana, e sete no interior.

No bairro Montese, em Fortaleza, duas pessoas foram armadas foram mortas a tiros quando tentavam assaltar um policial à paisana, em um posto de gasolina, na noite desta sexta-feira. Na mesma noite, na cidade de Pacatuba, na Grande Fortaleza, duas irmãs foram mortas na calçada de casa por dois homens em um motocicleta.

Os municípios de Juazeiro do Norte, Crato, Campos Sales e Missão Velha, no sul do Ceará, somaram sete mortes entre a tarde de sexta e a manhã deste sábado.

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O governador do Ceará, Camilo Santana (PT),declarou, nesta sexta-feira, que já abriu processo disciplinar para a punição dos policiais militares amotinados no estado. Ele afirmou que não negociará qualquer anistia administrativa com os manifestantes, exigida pelos líderes do motim para evitar punições previstas em lei. As declarações foram dadas ao blog do jornalista Gerson Camarotti, no G1.

Na quinta-feira, o governador descartou entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para acabar com o motim. O secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou ao G1 que parte dos envolvidos no motim já foi identificada. Segundo ele, os policiais deverão responder criminalmente e sofrer sanções administrativas. Costa ressaltou ainda que 261 PMs respondem a inquéritos militares e procedimentos administrativos por envolvimento nos atos e que os agentes não vão receber salário.

Na noite de quinta-feira, os policiais e bombeiros militares recusaram o acordo proposto pelo governo do estado de realizar um aumento dos R$ 3,2 mil atuais para R$ 4,5 mil, parcelado até 2022.



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