Criadas em 2009, com o bitcoin, as criptomoedas são moedas digitais que podem ser convertidas em dinheiro. São geradas por blockchain, tecnologia que permite rastrear o envio e recebimento de informações pela internet, e é possível comprá-las em corretoras também pela rede. Especialistas afirmam que o negócio veio para ficar, porém é de alto risco. Já se valorizou, mas também despencou 100% em um mês. Nesse sobe e desce, 1 bitcoin já pôde ser comprado por 6 reais (dezembro de 2011) e por 70 000 reais (fim de 2017). No fim de setembro, valia cerca de 34 000 reais. A seguir, a saga de bravos traders da cidade.
Revolução nos negócios
A negociação “de ouro” ocorreu em 2017, mas até hoje o engenheiro de software Henrique Leite, 33, brinca com os amigos. Em 2015, ele apresentou a criptomoeda aos ex-colegas da Fundação Getulio Vargas, onde cursou pós em gerenciamento de projetos, e insistiu que apostassem no tal investimento do futuro — os amigos se negaram. Ele se deu bem ao comprar 3 bit coins por cerca de 4 000 reais naquele ano e vender uma fração da moeda no fim de 2017 por 50 000 reais. Apesar da queda desse mercado no ano passado, segue aplicando cerca de 10% dos seus ganhos mensais em criptomoedas. Desde 2017, Leite concilia o trabalho como engenheiro do Mercado pago com uma sociedade na startup Go Blockchain, em Pinheiros. Lá, atualmente, desenvolve quatro projetos nas áreas de educação, saúde e cartórios. “O blockchain pode ser usado em inúmeros setores e é revolucionário: simplifica processos, elimina burocracias e conecta diretamente uma empresa ou serviço ao consumidor”, explica.
Altos e baixos do Barão do Bitcoin
Se a maioria dos investidores se esconde, Allex Ferreira, 46, ostenta um blog no qual se autoproclama Barão do Bitcoin. Na página — recomendada por nomes como Tatiana Revoredo, especialista em blockchain, com cursos em Oxford e no MIT —, ele dá dicas e faz análises. “Bitcoin não é investimento, mas aposta, porque o valor flutua sem nenhum parâmetro.” Aceitação da moeda no mercado e oferta e procura costumam influenciar no valor. Ferreira não revela como anda sua carteira, porém diz que desde 2011 (quando começou a conciliar a profissão de fotógrafo com esse mercado) passaram mais de 3 000 bit coins por sua mão. Em 2017, teve sua conta hackeada e perdeu os 79 bitcoins acumulados. “Aprendi a diversificar em várias exchanges (casas de câmbio) para evitar golpes.” Paulistano do Butantã, mudou-se para Bali em 2016 e abriu um hotel. Pretende continuar por lá, mas cria por aqui uma stablecoin (criptomoeda lastreada por moedas do mundo “real”), baseada no real. “Trata-se de um mercado difícil, cheio de hackers e haters, porém bem sedutor.”
Por mais mulheres no mercado
Será que isso existe mesmo?”, perguntou-se Liliane Tie, 43, ao conhecer a moeda, em 2015. Formada em ciência da computação pela Universidade de Londrina, na época, ela havia se mudado para a capital para trabalhar como consultora em uma empresa ligada à Micro soft. Estudou tanto que, em 2016, foi convidada a traduzir Blockchain Revolution, uma das obras de referência na área, escrita por Don e Alex Tapscott, pai e filho, especialistas canadenses. Começou então a dar palestras gratuitas a mulheres, usando uma engenhoca, o Block Tubo, para explicar o block chain na prática. Há três meses deixou o emprego na Fundação Seade, e hoje se dedica ao projeto que criou, a rede Women in Blockchain Brasil, para democratizar o ensino dessa tecnologia. O negócio não rende ainda muito dinheiro. “Se tivesse mais verba, investiria mais.”
Cachê em criptomoedas
Em 2015, um amigo do ilusionista Roger Hideo, 31, abriu uma carteira para ele e transferiu 10 reais em bitcoins. O dinheiro ficou parado por lá até 2018, quando ele fez um show na IBM. Conversou com funcionários e decidiu apostar na tecnologia. Hoje, possui cerca de 20 000 reais em bitcoins e faz compras com a moeda, como um Apple Watch. Frequenta ainda o café Gita Make My Cake, na Aclimação, onde paga bolos com bitcoins. No início do ano, decidiu aceitar o cachê de suas apresentações (a partir de 1 800 reais) em criptomoedas. Hideo tem diversos clientes, da LG Electronics a Alan Kardec, ex-craque do São Paulo. Mas, até agora, ninguém topou o pagamento dessa forma. “Embarquei no dinheiro do futuro. Não se trata de ilusão”, garante.
Pioneira na tecnologia
Diretora da Blockchain Academy, escola que dá cursos sobre o assunto em Pinheiros, Solange Gueiros, 48, também desenvolve a tecnologia para empresas. Foi a primeira mulher no Brasil a publicar um smart contract (programa de computador veiculado no blockchain que dá confiabilidade às transações on-line). Ela se formou em ciência da computação e pedagogia pela USP, mas só entrou no universo das criptomoedas no início de 2017, época do pico do negócio. Naquele ano, tinha 1 bitcoin investido em diversas exchanges (casas de câmbio). Diz que “conheceu o lado negro da força”. “Muitas dessas corretoras simplesmente desapareceram. Perdi quase tudo, mas não desisti e acabei dobrando meu capital no fim daquele ano”, lembra. Hoje, possui mais de 100 000 reais em criptomoedas e fica de olho. “Qualquer lugar que promete um rendimento fixo por dia ou mês é furada.”
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 09 de outubro de 2019, edição nº 2655.
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