Um novo caso volta a colocar a rede de supermercados Extra no centro de um escândalo envolvendo seus seguranças. Em um novo vídeo, um homem aparece sendo torturado, supostamente apanhando de seguranças de uma unidade do Extra na zona sul de São Paulo.
Nas imagens, a vítima está amordaçada e com as calças abaixadas, enquanto o agressor usa uma arma de choques e um cano para torturá-lo. O caso teria ocorrido na unidade do bairro Morumbi, em São Paulo, no início de 2018, mas as imagens só começaram a ser compartilhadas nas redes sociais agora.
Ao tomar conhecimento do caso, o Extra disse que iniciou uma apuração interna para esclarecer o ocorrido e tomar as providências necessárias. Em nota, a rede afirmou que o segurança responsável já foi desligado.
“A rede lamenta profundamente que tal comportamento possa ter ocorrido em uma de suas unidades, uma vez que proíbe o uso de qualquer tipo de violência, por meio de suas políticas internas. Por esse motivo, e a partir das apurações iniciais, decidiu pelo desligamento do responsável pela área de prevenção da loja mencionada. E, ainda, para que esse processo seja conduzido de maneira isenta, a empresa e os seguranças alocados naquela loja foram imediatamente afastados da unidade, até que a investigação interna seja concluída. Acrescenta que, independentemente do resultado da investigação, nada justifica um ato como esse e a empresa tem integral interesse na apuração dos fatos“, informou a empresa em nota.
O caso é o mais recente de violência envolvendo seguranças de uma rede de supermercados. No início deste mês, um vídeo de um adolescente de 17 anos sendo torturado por seguranças também causou indignação. O caso ocorreu em uma loja da rede Ricoy, no bairro Cidade Ademar.
Os seguranças envolvidos no caso, David de Oliveira Fernandes e Valdir Bispo, se tornaram réus nesta semana, depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público. Eles vão responder pelos crimes de tortura, cárcere privado e divulgação de nudez.
Já em fevereiro um homem de 19 anos foi morto por um segurança, em um supermercado Extra no Rio de Janeiro. O rapaz foi sufocado pelo segurança, que o acusou de ter tentado pegar sua arma.
Em todos os casos, os seguranças são contratados por uma empresa terceirizada, o que levanta dúvidas sobre o treinamento dos seguranças e a responsabilidade das redes de supermercado. No caso do rapaz morto em fevereiro, a empresa de segurança contratada era a Groupe Protection. Na ocasião, o advogado da companhia afirmou que a empresa não tem responsabilidade sobre a morte e que não treina seus funcionários e não checa seus antecedentes criminais. Em março, a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro indiciou, por homicídio com dolo eventual, o segurança Davi Amâncio.
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