Quando o estudante chinês de 23 anos Aaron Huang começou a buscar um substituto Android para seu iPhone em abril deste ano, ficou claro qual marca era mais atraente para ele.
Campanhas promocionais da Huawei e de varejistas locais que apoiam a marca estavam por toda parte, disse Huang, acrescentando que foi influenciado pela cobertura da mídia doméstica que retratou os Estados Unidos como injustamente colocando um alvo sobre a gigante de tecnologia chinesa.
“Eu senti que deveria escolher a Huawei”, disse ele.
A ‘blitz’ publicitária e o patriotismo provaram ser uma combinação potente, ampliando o grande apelo da marca na China – um mercado do qual a Huawei é cada vez mais dependente após a proibição de vendas de componentes e softwares dos Estados Unidos para a companhia.
As vendas de celulares da Huawei no segundo trimestre subiram quase um terço em relação ao mesmo período do ano anterior, com sua participação de mercado avançando 10,6 pontos percentuais, para um recorde de 38%, segundo a empresa de pesquisa Canalys. As vendas dos rivais domésticos e da Apple despencaram no período.
Na Huawei, os funcionários se referem às estratégias atuais da companhia como “modo de batalha” e intensificaram a abertura de novas lojas, incluindo “centros de experiência” no estilo das lojas da Apple, disseram outras fontes na empresa.
Um centro desses perto de sua sede, no sul da China, foi inaugurado no mês passado, enquanto um outro, maior, será aberto no distrito tecnológico de Shenzhen, Nanshan, no próximo mês.
Analistas afirmam que a Huawei também está transferindo estoque de celulares não vendidos de outras regiões para a China e até oferece alguns descontos, buscando compensar a queda de vendas na Europa e nos Estados Unidos.
A Huawei se recusou a comentar sobre suas estratégias de marketing e gerenciamento de estoques, ou a meta de vendas na China. A empresa reiterou uma declaração anterior de que não estava tentando usar patriotismo para vender seus produtos.
Embora a Huawei tenha conseguido um enorme impulso na China, analistas disseram que as vendas no país podem nem sempre permanecer sólidas, já que a empresa pode ter dificuldade em substituir componentes e softwares produzidos nos EUA.
“Sem a cadeia de fornecimento original, podemos ver sua velocidade de desenvolvimento desacelerando”, disse James Yan, diretor de pesquisas da Counterpoint Research.
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