50 anos depois de viagem à lua, empresas apostam no espaço

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São Paulo — Há 50 anos, a humanidade pegava impulso para dar um salto. A tripulação do Apollo 11 decolou rumo ao espaço em uma missão que consolidava um desejo do presidente norte-americano John F. Kennedy: levar um homem à Lua. No dia 20 de julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin caminharam em solo lunar.

Nos três anos seguintes, outros dez astronautas dos Estados Unidos também foram ao satélite. Desde então, ninguém repetiu a façanha, mas alguns empresários querem tentar.

O desejo de chegar à lua nasceu da queda de braço da Guerra Fria. O projeto Apollo, desenvolvido pela Nasa, a agência espacial norte-americana, surgiu para que o país pudesse competir com a União Soviética, que lançou o primeiro satélite artificial em 1957.

Em 1961, Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem a ir ao espaço, o que impulsionou os norte-americanos na corrida tecnológica. Logo após o anúncio soviético, Kennedy anunciou que os Estados Unidos levariam um homem à Lua até o final da década.

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No total, o país gastou 25 bilhões de dólares — 288 bilhões em valores ajustados — no projeto. Além do feito histórico, as viagens resultaram em 380 quilos de solo e rochas lunares, guardadas hoje no Johnson Space Center.

Nas décadas seguintes à caminhada de Armstrong, com a consolidação dos norte-americanos como tecnologicamente superiores aos soviéticos, o projeto perdeu apoio popular e governamental. Com o tempo, a Nasa deixou de receber 5% do Orçamento, como acontecia na década de 1960, para ganhar cerca de 0,5% em 2018.

Em 2011, a Nasa anunciou publicamente que empresas particulares seriam responsáveis pelo transporte de astronautas e cargas para fora do planeta. Um dos empreendedores dispostos a investir no espaço é Elon Musk, fundador do site de pagamentos PayPal, dono da fabricante de carros elétricos Tesla e criador da SpaceX, empresa que possui o foguete mais potente do mundo, o Falcon Heavy.

O outro é Jeff Bezos, fundador da varejista online Amazon, que criou a Blue Origin para entrar no setor aeroespacial. Só com a competição entre elas, o custo das decolagens já caiu 30%. Tudo se deve a uma tecnologia que permite que se reaproveite o foguete depois do pouso de volta na Terra.

As empresas planejam lucrar com viagens turísticas para a Estação Espacial Internacional, que recentemente foram aprovadas pela Nasa e custam 35.000 dólares o dia, fora o preço da viagem de foguete. Os bilionários também sonham com o dia em que ajudarão a humanidade a colonizar Marte.

Enquanto a missão para o planeta vermelho não acontece, o governo norte-americano está inclinado novamente para o solo lunar. Segundo o governo de Donald Trump, há planos de levar humanos para a superfície da Lua novamente em 2024, em um programa chamado de Ártemis — na mitologia grega, a deusa da lua, irmã de Apolo.

Se o prazo será cumprido ou não depende do Congresso, que precisa aprovar o investimento financeiro no projeto. Nas estimativas da Nasa, o custo total da operação seria entre 20 e 30 bilhões de dólares, o que poderia “roubar” todo o orçamento de outros projetos da agência.

Os Estados Unidos não estão sozinhos, outros países também miram a Lua. A China quer levar humanos para o satélite nos próximos 25 anos. A agência europeia também tem planos de estar em solo lunar em 2050, quem sabe com uma colônia. A Rússia diz que fará uma missão com humanos em 2030, mas muitos duvidam que o país terá o dinheiro necessário para executar o projeto.

Nesse meio tempo, enquanto os governos organizam o orçamento, as empresas correm para tentar dominar o novo mercado espacial.



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