A matéria é sobre roupas inteligentes… mas, antes de chegarmos a essa forte tendência desse nosso século 21, vale a pena dar uma olhada para o passado…
Pois é, a indústria da tecelagem sempre é lembrada quando a gente fala em revolução industrial. Essas imagens aí ficaram famosas porque foram das primeiras linhas de montagem a serem mecanizadas – o que, aliás, causou bastante revolta na época por conta da substituição da mão de obra humana…
Apesar disso, a verdade é que a fabricação de tecidos continua, em essência, seguindo o mesmo caminho… é verdade que hoje já existem muitos tecidos sintéticos, mas a maioria ainda segue o mesmo caminho: você pega uma fibra natural, como o algodão ou o linho, e a partir deles, cria os tecidos que, depois são transformados em roupas. O processo se mecanizou e se sofisticou, mas, na base, continua o mesmo.
Aí, chegamos aos dias de hoje. O que mudou foi a possibilidade de agregar coisas novas aos tecidos. E essas “coisas” chegam sob a forma de minúsculas partículas – estamos na era da nanotecnologia.
E quando você consegue colocar essa tais nanopartículas nos tecidos, eles, literalmente, ganham vida nova. Olha esse exemplo. Nesse caso, temos um pedaço de linho. Quando a gota atinge o pano, ele absorve a água instantaneamente. Esse outro pedaço recebeu uma camada de nanopartículas de grafeno – que é um material derivado do carbono. Repare como o tecido demora mais a absorver a água e até muda de formado quando o líquido toca nele… Você pode pensar: tecido impermeável não é uma novidade… a diferença é que com esse tipo de tratamento, qualquer tecido pode ser impermeável – e não apenas aqueles mais sintéticos. O mesmo vale para essa experiência com fogo. No vídeo, dá para ver que o tecido que foi impregnado com grafeno se torna resistente às chamas…
Outro exemplo super bacana desse tipo de tecido modificado está nos hospitais. As roupas hospitalares começam a receber ser impregnadas com novos elementos para evitar a proliferação de bactérias. No caso das roupas de hospital, o elemento usado é a prata – que tem propriedades antibacterianas.
Mas, tem um problema nessa história toda. Por um lado, estamos falando de uma tecnologia nova que, portanto, aumenta o custo das roupas. Por outro, tem a questão da lavagem… as nanopartículas acabam saindo dos tecidos depois de algumas lavagens…
Aí entra um novo personagem nessa história.
Essa cientista brasileira criou uma empresa – que, aliás, só tem mulheres nos cargos de chefia. Depois de vários anos de desenvolvimento, elas chegaram a produtos que já ganharam vários prêmios nacionais e internacionais. A solução? Já que as nanopartículas saem das roupas depois de algumas lavagens, o jeito foi criar produtos que possam ser facilmente reaplicados aos tecidos….
Os primeiros produtos foram pensados para serem usados nas máquinas de lavar roupas. Com uma porção, você transforma todas as suas roupas em repelentes de insetos, por exemplo. Também tem outro produto que age como bactericida. A evolução da linha levou esses mesmos produtos para sprays.
Como em tantos outros casos, a ideia para criar esses produtos nasceu de uma necessidade do dia a dia.