Roma – O ministro do Interior da Itália, o ultradireitista Matteo Salvini, presenteou nesta sexta-feira em Milão o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) com uma cópia da polêmica lei de legítima defesa italiana para que inspire um projeto que o presidente Jair Bolsonaro pretende aprovar no Brasil.
Salvini e Eduardo Bolsonaro tiveram uma reunião no consulado brasileiro em Milão e depois concederam uma entrevista coletiva conjunta que foi transmitida pelo ministro italiano nas redes sociais.
O deputado recebeu de Salvini uma cópia da controversa lei de legítima defesa que foi aprovada recentemente na Itália e que permite reagir a um assalto a um domicílio com o uso de uma arma legal.
A intenção, segundo Salvini, é que sirva de inspiração para o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que o presidente Bolsonaro quer impulsionar no Brasil.
O filho do presidente reconheceu que seu pai quer aplicar uma medida “similar” à promovida por Salvini e disse estar confiante que o Congresso aprove esta lei em breve.
Eduardo Bolsonaro ressaltou que “o mundo está mudando”, após os triunfos do seu pai no Brasil e de Donald Trump nos Estados Unidos, e previu que líderes de direita também vencerão nos países europeus.
Nesta linha, Salvini lembrou que está trabalhando para que os partidos eurocéticos de direita da União Europeia (UE) se aliem e sejam a bancada mais votada nas eleições para o Parlamento Europeu de maio.
“Temos a possibilidade de mudar a Europa e construir uma Europa forte, que defenda as fronteiras”, argumentou o ministro italiano e também vice-presidente do governo do país.
Por fim, Salvini agradeceu ao governo brasileiro pela extradição do italiano Cesare Battisti, ex-membro do já extinto grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e condenado por terrorismo.
“Temos que agradecer ao presidente brasileiro e ao povo brasileiro. Para a Itália foi um grande dia, porque finalmente Battisti está na prisão. (…) É o começo de um caminho que permitirá que voltem à Itália muitos terroristas e delinquentes”, ressaltou.
Battisti, de 64 anos, foi extraditado à Itália no último dia 14 de janeiro diretamente da Bolívia, onde foi capturado após ter fugido, um mês antes, do Brasil, onde vivia desde 2004.
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