Sem solução para Arrascaeta, Abel revive pressão no Flamengo antes de decisões

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A derrota para o Peñarol pela Libertadores foi apenas a segunda do Flamengo em 16 jogos na temporada. Suficiente para colocar Abel Braga de novo no olho do furacão. O técnico voltou a ficar pressionado pelo resultado e pelas críticas sofridas em função das mexidas no time no Maracanã. Com a perda da liderança na competição sul-americana, a comissão técnica manterá o plano de usar força máxima na semifinal do Estadual, amanhã, contra o Fluminense.

O departamento de futebol não vê brechas para preservar titulares nas próximas partidas decisivas dos dois torneios em disputa. E tratou de promover cobranças por uma resposta imediata no clássico à atuação abaixo da média contra os uruguaios. Após o duelo com o Peñarol, a principal queixa interna no futebol do clube foi de não aproveitar o empate após a expulsão de Gabigol. O treinador tirou Willian Arão no fim e colocou Uribe, deixando a defesa mais exposta até sofrer o gol.

Outra reclamação é a não utilização de Arrascaeta por Abel Braga. A diretoria, porém, segue a linha de deixar a decisão sobre o aproveitamento da maior contratação do clube para a comissão técnica. O vice de futebol Marcos Braz trata o revés com tranquilidade, mas o recado é que há muito o que melhorar. Especialmente na Libertadores, com três jogos pela frente, e a chance de reaver os pontos perdidos no Rio. Agora, para se classificar, o Flamengo precisará pontuar fora de casa.

Além das três partidas, as decisões do Estadual serão também termômetros importantes para a sequência de Abel no Flamengo. Depois de fazer as pazes com a torcida e receber muita solidariedade após uma arritmia no coração, o técnico voltou algumas casas.

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Arrascaeta, que não consegue se firmar entre os titulares, geralmente entra no decorrer dos jogos, o que não aconteceu na derrota para o time uruguaio na última quarta-feira. Questionado sobre o assunto, Abel Braga explicou o porquê de não ter colocado Arrascaeta na partida.

– No futebol a oportunidade vem, vai chegar o momento dele. Joguei com uma equipe há dez jogos sem perder. Tem momento que ele vai entrar, tem momento que não. No jogo passado ele decidiu para nós, foi muito bom. Falta um pouquinho de entrosamento, jogar mais por dentro – justificou.

Na Libertadores, principal foco do Flamengo, Arrascaeta atuou por apenas 55 minutos, correspondendo a menos de 20% da minutagem dos três jogos da equipe na competição. A dificuldade do meia na adaptação é justificável, segundo o coaching de atletas Zé André. Para ele, a timidez do uruguaio pode ser um obstáculo.

– Tem que puxar a melhor versão do atleta. Criar os mesmos sentimentos e trazer a melhor versão dele. Muitos atletas conseguem ter sucesso em um ambiente, mas, depois da mudança, demora para performar no mesmo nível – disse o especialista.

Na visão do Flamengo, não há dificuldade de adaptação do jogador. Apenas uma necessidade de sequência e o melhor encaixe na equipe por Abel Braga. Até agora, o técnico, que não pediu a contratação de Arrascaeta, se vê com um abacaxi na mão para descascar. Nos treinos, porém, o uruguaio não apresenta as credenciais necessárias para barrar um dos companheiros. As opções vão de Arão, passando por Diego, e chegando a Bruno Henrique. A ver o que Abel fará diante da pressão por vitórias.



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