PSL deve perder Bebianno e Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro

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BRASÍLIA E RIO —Parte do grupo que esteve mais próximo ao presidente Jair
Bolsonaro
durante a campanha eleitoral prepara o desembarque do
PSL
rumo a outros partidos, marcando um distanciamento da gestão e já com o olhar na eleição municipal do ano que vem e na sucessão presidencial em 2022.  Presidente da sigla durante o pleito do ano passado e antigo braço-direito do presidente, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo
Bebianno
, está prestes a se filiar ao DEM. Já o empresário
Paulo Marinho
, suplente de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no Senado, deve tomar o rumo do PSDB, a convite do governador de São Paulo, João Doria.

Bebianno, Marinho, o publicitário Marcos Carvalho e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), faziam parte de um grupo que se reunia diariamente na casa do empresário, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. O grupo cuidava da comunicação — o amplo espaço abrigava um estúdio para a gravação dos programas eleitorais — e traçava as principais estratégias de campanha. Rifado pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) ainda no período de transição, Carvalho também já se afastou e tem ido a São Paulo com frequência, onde se reuniu com Doria. Com apenas três meses de governo, o núcleo evaporou, e só Onyx permanece próximo a Bolsonaro.

Interlocutores do grupo atribuem um fator comum ao distanciamento: a atuação de Carlos Bolsonaro, que tem voz firme junto ao pai. Carvalho entrou em rota de colisão e foi criticado ainda antes da posse, quando Carlos foi ao Twitter ironizar o publicitário como “estrategista digital” da campanha. Bebianno foi demitido no ápice de uma crise também gerada por ataques do vereador nas redes sociais.

Alinhamento com Doria

Próximo aos dois, Marinho reatou pontes com Doria, com quem circulava antes de a pretensão do tucano de disputar a Presidência naufragar, e Bolsonaro se tornar o nome mais forte para encerrar o período do PT no governo. A um amigo, o empresário disse recentemente que nunca foi um “bolsominion” e tratou com naturalidade a possível ida ao PSDB.

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A filiação é parte do projeto de Doria de colocar aliados em postos estratégicos do partido — em maio, na reunião da Executiva, o deputado Bruno Araújo (PE) será escolhido o novo presidente nacional, se não houver reviravolta. Caberia a Marinho assumir o diretório do Rio, hoje presidido interinamente pelo ex-candidato a vereador Professor Eduardo Sol. Ele ficou com o posto após Otávio Leite se licenciar para assumir a Secretaria de Turismo de Wilson Witzel.

Oficialmente, Bebianno nega a pretensão de mudar de partido. Ontem, disse ainda ser cedo para tratar do assunto. Já Marinho preferiu não comentar. O PSDB já trata como certa a filiação.

— Acho ótima a vinda do Paulo Marinho. É importante para o Rio ter uma pessoa alinhada ao Doria, principal líder nacional — disse o secretário-geral da legenda no Rio, o vereador Bruno Lessa.



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