RIO — A Rocinha, uma das maiores favelas do Rio, com cerca de 70 mil moradores, tem muitas demandas. Mas, qualquer que seja a lista de prioridades, ela certamente inclui o saneamento. Hoje, quase todo o esgoto da comunidade corre em valões e é transportado até uma Unidade de Tratamento de Rios (UTR), mantida pela prefeitura. Depois de tratado, segue por uma rede de troncos coletores da Cedae. Mas, quando chove, é comum o aparecimento de línguas-negras em São Conrado, porque o esgoto se mistura às águas pluviais, chegando à praia.
No entanto, mais uma vez, surge uma esperança para os moradores. O estado promete lançar, no segundo semestre deste ano, um projeto para implantação de uma rede de captação de esgotos em toda a Rocinha. O plano, ainda em desenvolvimento na Cedae, prevê gastar até R$ 400 milhões em quatro anos e integra parte do programa “Comunidade Cidade”, que o governador Wilson Witzel prometeu na campanha. O valor final do programa ainda não foi orçado, porque os projetos ainda estão em fase de detalhamento. Terá, porém, algumas limitações em comparação ao sistema convencional. A ideia é ligar as tubulações à rede de águas pluviais, o que fará com que o programa seja eficiente em tempo seco, mas não afastará a possibilidade de poluição em caso de chuvas.
Os R$ 400 milhões viriam da economia, em quatro anos, de um programa de reforma administrativa que está sendo implantado pelo atual presidente da Cedae, Hélio Cabral, que prevê também revisão na política geral de gratificações. Segundo a empresa, havia, entre os 50 funcionários que deixaram a estatal, quem ganhasse salários acima de R$ 80 mil. Da lista, fazem parte engenheiros, contadores, administradores, biólogos etc.