Argentina sabota retorno de Messi

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O que a seleção argentina pratica contra o maior jogador de futebol dos últimos 40 anos tem nome, um termo nunca usado nas discussões sobre seu lugar na história do futebol: sabotagem. Talvez involuntária, talvez resultado de uma conspiração internacional para alimentar a teoria segundo a qual Messi só joga no Barcelona, talvez uma trama armada pelos fãs de Cristiano Ronaldo. Talvez tudo isso.

Ontem, Messi voltou a jogar uma partida pela Argentina, oito meses depois do fracasso na Copa do Mundo da Rússia. E o que se viu no amistoso com a Venezuela, disputado em Madri, foi um compacto em 90 minutos dos quase 15 anos que já duram a “Era Messi” com o uniforme celeste e branco.

O camisa 10 seguiu seu roteiro clássico com a seleção: começou bem, fez duas ou três jogadas geniais que não terminaram em gol, obrigou o goleiro rival a fazer umas defesas difíceis e foi definhando conforme o tempo passava. No segundo tempo, criou a jogada que resultou no único gol argentino na derrota por 3 a 1, um resultado justo para o que foi a partida.

Não se trata aqui de isentar o craque por não ter conquistado títulos com a seleção argentina. Mas de constatar uma obviedade: Messi nunca pôde — e pelo jeito nunca poderá — contar com a ajuda de ninguém. Cristiano Ronaldo foi campeão da Eurocopa em 2016. Mas o cracaço português mal disputou aquela final contra a França: saiu machucado aos 23 minutos e a vitória portuguesa se deu graças a um improvável gol do improvável Éder.

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É justo atribuir a Maradona o título mundial de 1986, mas é preciso lembrar que os autores dos gols de argentinos na vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental foram Brown, Valdano e Burruchaga. Raciocínio semelhante vale para Romário em 1994: não haveria Tetra sem o Baixinho, mas não se pode subestimar o papel de Bebeto, Taffarel, Dunga, Mauro Silva…

A “era Messi” coincidiu com a pior fase da AFA, a Associação de Futebol da Argentina, e isso não tem nada a ver com “perda de força nos bastidores” e outras lendas do futebol. Mas sim com a falta de coerência e de convicção de quem manda.

Desde que estreou na seleção principal em 2005, Messi teve oito treinadores. Só um deles durou mais de 40 jogos, justamente aquele que conseguiu os melhores resultados. Alejandro Sabella levou o time à final da Copa do Mundo em 2014. Lionel Scaloni, o atual técnico, vive uma situação que seus colegas brasileiros conhecem bem, é um interino que vai ficando. A Copa América a ser disputada no Brasil daqui a três meses pode significar sua demissão ou a prorrogação de sua interinidade.

Messi está em uma de suas melhores temporadas no Barcelona. O jornalista Victor Canedo, do GloboEsporte.com, compilou os números: em 37 jogos por competições nacionais e pela Liga dos Campeões, o argentino fez nada menos do que 39 gols, deu 18 assistências (um gol ou passe para gol a cada 53 minutos em campo), cravou quatro hat-tricks (precisamos de um termo em português para isso) e completou 113 dribles. Messi lidera todas essas estatísticas no futebol europeu. Seu retorno à seleção só serve para voltarmos a percebê-lo como um ser humano.

 



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