Após o avanço da Reforma da Previdência e o início das discussões sobre as Reformas Fiscal e Tributária, o Brasil se encontra em um cenário macroeconômico bastante positivo, afirma Candido Bracher, presidente do banco Itaú Unibanco. “As reformas deixam o Brasil em uma situação tão boa como eu nunca vi em minha carreira”, disse o executivo em teleconferência com a imprensa após a divulgação dos resultados do segundo trimestre do ano.
A Reforma da Previdência, que ele espera que deve ser aprovada no Senado e na Câmara até setembro, pode trazer economias significativas e a inflação baixa e controlada e a pequena taxa de juros trazem mais estabilidade para o crescimento. “Estamos otimistas com a economia a médio prazo e acreditamos que esse desenvolvimento pode ser sustentável”, disse o executivo.
Segundo Bracher, as reformas devem continuar avançando e “não têm sido influenciadas pela turbulência política”. Ele ainda cobrou mudanças tributárias que destravem os negócios. “Espero iniciativas para simplificar nossa economia”, disse.
Taxa de juros
O banco projeta crescimento do PIB de 0,8% em 2019. A taxa de juros, a Selic, hoje em 6,5%, deve chegar a 5% até o fim do ano, segundo previsões do banco. Embora a taxa de juros esteja no nível histórico mais baixo, o spread bancário, ou a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam, continua um dos mais altos do mundo.
Questionado sobre se a queda na taxa básica de juros deve impactar nos valores de juros praticados pelo banco, Bracher afirmou que o spread já caiu nos últimos anos, mas que não é possível imaginar que as taxas bancárias irão cair na mesma velocidade.
O executivo destacou ainda que as linhas de crédito que têm crescido mais são também as que envolvem mais risco de inadimplência e com maior dificuldade de recuperar o dinheiro emprestado. O crédito para pessoas físicas aumentou 14% no trimestre em relação ao ano passado, enquanto o oferecido para micro, pequenas e médias empresas aumentou 19%. O segmento de crédito a grandes empresas, historicamente com custo de crédito menor, encolheu 1,8%.
Esse movimento também foi sentido pelos bancos rivais, Santander e Bradesco. Endividadas e em crise, a demanda de grandes empresas por crédito encolheu. Mesmo as companhias que optam por buscar fontes de financiamento estão buscando mais emissões de dívidas no mercado, ao invés de empréstimos bancários.
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