O plano da HBO e da Warner para derrotar a Netflix

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A vida da Netflix fica cada vez mais difícil. Já há alguns meses se esperava que a empresa de entretenimiento Warner, dona da emissora de televisão HBO, anunciasse uma nova plataforma de streaming para complementar os atuais serviços HBO Now e HBO Go.

Agora, a empreitada ganhou nome, sobrenome e data de lançamento: a Warner anunciou nesta terça-feira, 9, a nova plataforma HBO Max, prevista para estrear no início de 2020 (na primavera do hemisfério Norte, que começa em 20 de março).

Ao contrário do HBO Now e HBO Go, que só possuem conteúdo da própria HBO, o Max terá nada menos que 10.000 horas de séries e filmes vindas das dez produtoras de conteúdo sob o guarda-chuva da companhia-mãe da Warner e da HBO, a empresa de telecomunicações AT&T (gigante que, nos Estados Unidos, vai de operadora de celular a dona de canais de TV). Além da HBO e da Warner, o portfólio da AT&T inclui nomes como Cartoon Network, CNN e TNT.

Havia a dúvida sobre se a Warner vincularia sua nova plataforma ao nome HBO ou se daria a ela uma cara completamente nova. Ao que parece, a ideia é continuar vinculando a imagem à HBO, embora com mais conteúdo.

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“Ancorados e inspirados pelo legado de histórias premiadas e de excelência da HBO, o novo serviço será ‘Maximizado’ com uma extensa coleção de programação original e exclusiva e o melhor do melhor do enorme portfólio de marcas e catálogos amados da WarnerMedia”, escreveu a empresa em um comunicado à imprensa na terça-feira.

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Friends: Netflix pagou 100 milhões de dólares para ter atração em 2018, mas contrato se encerra no fim do ano e série irá para a nova plataforma da HBO e da WarnerDivulgação

De ‘Friends’ a ‘Senhor dos Anéis’

Com o anúncio de uma plataforma unificada para as marcas da AT&T, seriados consagrados da HBO como “Chernobyl” e “Game of Thrones” ganharão parceiros de peso.

A Warner e suas produtoras de conteúdo irmãs são donas de sucessos históricos do cinema como a saga britânica “Harry Potter”, “Matrix”, as sagas “Senhor dos Anéis” e “O Hobbit” e os filmes do Homem de Ferro e do Batman. Na televisão, há sucessos como os seriados “Friends” e “Pretty Little Liars”. Nomes da própria HBO, como ‘Sex and the City’ (que atualmente não está disponível na plataforma de streaming no Brasil, e no exterior é exibido na internet pela Amazon) também podem compor o HBO Max. 

Esses nomes, até agora, estavam espalhados nas plataformas de streaming concorrentes, como a Netflix e o serviço de vídeo da Amazon (disponível para os assinantes do Amazon Prime). A Warner começará a partir de agora um movimento de tirar o conteúdo das rivais.

A primeira “vítima” foi Friends, cujos mais de 200 episódios vão sair da Netflix rumo ao HBO Max. Já foi anunciado que a série Pretty Little Liars também vai deixar a Netflix no fim de julho.

Em seu perfil oficial no Twitter, a Netflix dos Estados Unidos fez uma postagem lamentando a saída de Friends (por ora, não há previsão de quando a mudança acontecerá no catálogo brasileiro).

A Netflix havia pago no ano passado 100 milhões de dólares para manter Friends de forma exclusiva em seu catálogo em 2018, mas o contrato acaba no fim deste ano.

A dura vida da Netflix

Será uma briga difícil para a Netflix, pioneira no mundo do streaming de vídeo e que até agora reinou praticamente sozinha, sendo atual líder absoluta do mercado e com mais de 140 milhões de assinantes mundo afora.

O conteúdo das concorrentes, como Disney e Warner, representa 40% de todo o tempo gasto pelos assinantes da Netflix na plataforma, segundo dados de um relatório produzido pela consultoria americana Nielsen para o jornal americano The Wall Street Journal.

A série mais assistida, “The Office”, também está de saída da Netflix (a série não está mais disponível no catálogo brasileiro) e deve ir para o serviço de streaming do canal de TV americano NBC. A Netflix ainda pode fazer um acordo para tentar manter a série, o que pode custar ainda mais que os 100 milhões de dólares pagos por Friends.

Outros conteúdos devem deixar a Netflix em breve. A Disney vai lançar ainda neste ano seu serviço próprio de streaming, o Disney+, e, com isso, tirar suas animações do catálogo da Netflix.

Em seu novo serviço, a Disney terá de animações da Pixar (como “Up” e “Divertida mente”) a personagens icônicos que vão do Mickey às princesas e o leão Simba, incluindo os novos filmes live action lançados recentemente. A Disney também tem direito sobre os filmes da Lucasfilm, dona da saga “Star Wars”, mas não poderá transmitir os seis primeiros filmes até 2024, quando se encerra um contrato com a Turner.

A Disney ainda deve manter o Hulu, serviço de streaming que ganhou após a compra da 21st Century Fox em dezembro de 2017. O Hulu funcionará como plataforma separada e com conteúdo para adultos, enquanto o Disney+ terá apenas conteúdos infantis e adolescentes.

O serviço da Disney, por ora, terá a assinatura mais barata dos Estados Unidos: 6,99 dólares por mês, ante 12,99 da Netflix e 14,99 dólares do HBO Now (o HBO Go vem gratuitamente para os assinantes da HBO na TV). A Warner ainda não anunciou quanto o HBO Max custará.

Para convencer os milhões de assinantes a permanecerem, contudo, a Netflix vai apostar em seus sucessos próprios já consagrados como “House of Cards”, “Stranger Things” e “Orange is The New Black”, e na produção de novas séries e temporadas.

Em 2018, a empresa afirmou aos investidores ter gasto 12 bilhões de dólares na produção de conteúdo próprio (35% mais do que em 2017), e a expectativa é que esse número chegue a 15 bilhões em 2018.

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Stranger Things: seriado produzido pela Netflix é um dos sucessos do catálogoDivulgação

Na HBO, a saída para viver sem Game of Thrones

Com o novo HBO Max, o HBO Now e o HBO Go, atuais serviços de streaming da HBO, devem ser extintos em breve, embora o comunicado da Warner não diga nada a respeito.

Com o fim da premiada série Game of Thrones, a expectativa era que ficasse cada vez mais difícil para a HBO atrair sozinha assinantes que pudessem fazer frente aos rivais cada vez mais competitivos.

No ano passado, durante a sétima e penúltima temporada da série Game of Thrones, a HBO viu seu número de assinantes (na TV e no streaming) subir nada menos que 91%, de acordo com a empresa de medidas de audiência Second Measure. O problema é que, seis meses após o fim da temporada, mais de 70% desses novos assinantes haviam cancelado o serviço. 

Os usuários do HBO Now são duas vezes mais propensos a cancelar sua assinatura quando uma série específica termina em comparação aos clientes de outros serviços de streaming (19% dos usuários cancelariam o serviço da HBO, ante 9% da Netflix e 10% da Amazon Prime), segundo uma pesquisa da consultoria Mintel.

Embora novas séries venham ganhando destaque, como “Chernobyl” e “Westworld”, Game of Thrones trouxe à HBO nada menos que o triplo de audiência que a segunda série mais assistida do canal.

Agora, acrescentando séries consagradas da Warner a seu catálogo, o streaming da HBO ganha nova chance de sobreviver.

A novidade da Warner foi apresentada ao público com um vídeo ao som da música “Giant” (gigante, em inglês), do DJ Calvin Harris e do cantor britânico Rag’n’Bone Man (vídeo abaixo). De fato, nada menos que gigante descreve a quantidade de conteúdo que a Warner e companhia terão na manga para sua nova plataforma.





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