Mueller entrega relatório sobre interferência russa nas eleições de 2016 após quase dois anos de investigação

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WASHINGTON — O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou nesta sexta-feira que o procurador especial Robert Mueller entregou o relatório de sua investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 ao procurador-geral William P. Barr, dando fim ao inquérito que dominou as manchetes nos últimos dois anos, e levantou dúvidas sobre os métodos utilizados pela campanha do agora presidente Donald Trump.

O conteúdo do documento ainda não foi divulgado, e ainda não se sabe se o procurador especial encontrou indícios de atividade criminais na campanha de Trump, além daquelas que já geraram acusações contra várias pessoas próximas ao presidente, como seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort; o ex-conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn; e o antigo advogado pessoal de Trump, Michael Cohen.

Barr, nomeado por Trump em fevereiro, avisou a congressistas que poderia revelar informações sobre as descobertas do inquérito ainda nesse fim de semana. Congressistas democratas e republicanos exortaram o procurador geral a divulgar o conteúdo do relatório.

“Espero que o Departamento de Justiça libere o relatório do procurador especial para essa comissão e para o povo sem demora, e até onde a lei permita que ele seja divulgado”, afirmou o republicano Doug Collins, integrante da Comissão Judiciária da Câmara.

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A líder da maioria na Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer — os dois principais nomes democratas no Congresso — afirmaram ser “essencial” que a íntegra do relatório fosse tornada pública, e que a Casa Branca não deve interferir na decisão do que deve ou não ser divulgado.

“O povo americano tem direito à verdade. A palavra-chave aqui é transparência”, afirmou a dupla num comunicado conjunto.

Barr afirmou que “continua compromissado com a máxima transparência possível”, e disse que Mueller nunca fui repreendido pelo Departamento de Justiça por ter agido de maneira inapropriada durante o período de investigações — algo que Barr teria que reportar ao Congresso caso acontecesse. Em seu depoimento, o procurador-geral sugere que o inquérito procedeu sem qualquer tipo de interferência política.

Desde que Mueller assumiu a investigação, em maio de 2017, sua equipe se concentrou nas manobras russas para influenciar o resultado da eleição presidencial de 2016, e os possíveis laços da campanha de Trump com essas manobras. Embora a operação de influência russa tenha sido exposta, até o momento não há qualquer evidência definitiva de que Trump ou sua equipe de campanha tenham colaborado com os esforços russos.

Ainda assim, os danos a Trump e seu asseclas foi grave. Alguns deles foram indiciados e condenados por crimes como perjúrio. Outros ainda estão sob investigação em casos que Mueller deixou nas mãos de promotores federais. Dezenas de cidadãos e funcionários de Inteligência da Rússia, assim como três empresas baseadas no país, foram indiciadas em casos que devem ser esquecidos nos tribunais, uma vez que os acusados não podem ser extraditados aos Estados Unidos. 

Apenas poucos funcionários da Justiça viram o relatório completo, informou a porta-voz do Departamento de Justiça, Kerri Kupec. Segundo o departamento, Mueller não deve recomendar nenhum novo indiciamento. Ao todo, o procurador especial já indiciou 34 pessoas, incluindo uma empresa russa descrita como uma “fábrica de trolls”.



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