IPO da CSN Mineração pode ter janela única de atratividade

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O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, voltou a falar de uma possível oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do braço de mineração do grupo para reduzir o endividamento. Embora o coronavírus tenha diminuído o apetite por esse tipo de investimento no curto prazo, o mercado entende que, no caso da CSN Mineração, a janela ideal para um IPO é agora – e ela não deve durar muito. 

Diante dos intermináveis tropeços da siderurgia brasileira nos últimos anos, a CSN ancorou sua rentabilidade na mineração. Em 2019, mais de 80% da geração de caixa do grupo (medida pelo Ebitda ajustado) veio das vendas de minério de ferro.

A empresa é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil (atrás apenas da Vale), com produção de aproximadamente 35 milhões de toneladas por ano. A expectativa é que, em breve, esse volume possa subir para 40 milhões. O produto é considerado de alta qualidade, com teor médio de 62%, referência do mercado global.

O consumo de minério de ferro no mundo é puxado pela China, responsável por 50% da demanda. No ano passado, o país asiático produziu quase um bilhão de toneladas de aço. No entanto, o perfil das importações chinesas vem mudando. Diante dos altíssimos níveis de poluição no país, as usinas locais vêm sendo modernizadas, utilizando minério de melhor qualidade ou até mesmo sucata, no caso de fornos elétricos (o que reduz o consumo de energia elétrica na produção). 

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Neste cenário, produtores de alta qualidade saem na frente. Pedro de Marco, analista especializado em commodities da gestora Reach Capital, pondera que as usinas vão demandar mais esse tipo de produto, o que favoreceria um IPO da CSN Mineração.

“Há uma janela propícia para fazer esse IPO e obter um preço atrativo pela oferta”, observa o analista. Além disso, ele afirma que, daqui a dez anos, todos os países desenvolvidos – incluindo Estados Unidos, Japão e os da Europa – apresentarão queda do consumo per capita de aço, com um produto interno bruto (PIB) muito mais voltado para serviços, o que reduziria a atratividade dos papéis da nova empresa.

Alívio para o caixa

A dívida líquida da CSN ainda é considerada elevada, tendo encerrado 2019 em 27 bilhões de reais. A meta, segundo Steinbruch, é atingir 20 bilhões de reais “o mais rapidamente possível”, conforme a última teleconferência de resultados da companhia

Para Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos, embora o endividamento continue alto, a CSN vem investindo em melhorias e os resultados devem aparecer no longo prazo. “Uma oferta menor de ações do braço de mineração é o perfil do Steinbruch, com o intuito de testar o interesse do mercado no ativo. Faz todo o sentido e ainda ajudaria muito o negócio de siderurgia.”

Luis Sales, analista da Guide Investimentos, alerta para o aumento do interesse do investidor estrangeiro em ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês), o que pode reduzir o apetite pela oferta da CSN: a mineração é historicamente uma atividade com fortes impactos ambientais, apesar de os processos terem melhorado nas últimas décadas. “Seria uma oferta muito mais local do que de estrangeiros”, avalia. 

Desafios

O principal desafio apontado por analistas para um possível IPO da CSN Mineração é a situação da barragem de rejeitos da companhia em Congonhas, interior de Minas Gerais. 

O empreendimento da mina Casa de Pedra é um dos maiores do mundo localizado em área urbana – na cabeceira de aproximadamente 10 mil habitantes – e tem capacidade para comportar 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A barragem da Vale que rompeu em Brumadinho, Minas, despejou 12 milhões de m³ na natureza; a da Samarco, em Mariana, 62 milhões de m³.

Com método construtivo de alteamento a jusante, a barragem da CSN está classificada nas categorias mais altas de risco e dano potencial associados, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas.

Embora a barragem da mineradora seja considerada menos perigosa do que a de Brumadinho (que tem método a montante), uma lei mineira aprovada no ano passado, chamada “Mar de Lama Nunca Mais”, proibiu a construção ou operação de qualquer empreendimento do gênero próximo a populações, o que tem gerado disputas na Justiça e, consequentemente, insegurança jurídica.

O analista da Reach Capital lembra que o histórico de incidentes da CSN Mineração é baixo e que, diferentemente da Vale, o grupo siderúrgico tem apenas uma barragem, hoje, para controlar, o que confere mais previsibilidade à operação. No entanto, o fato de o empreendimento ter método construtivo antigo vai ser um obstáculo.

“A barragem da CSN será um problema aos olhos do investidor, principalmente os estrangeiros, pelo histórico do que aconteceu no Brasil”, avalia de Marco.

O sócio da Portofino corrobora com essa visão. “Por melhor que seja o ativo ou a empresa, a questão das barragens é um ponto muito importante para o investidor de fora”, diz Cantreva.

Em nota, a CSN Mineração afirma que reforça seu compromisso de eliminar as barragens de seu processo produtivo, em um movimento que se iniciou em 2018 e que, hoje, já conta com 90% dos rejeitos filtrados a seco. “A nova tecnologia, que reduz os impactos ambientais, garante mais segurança ao processo e reaproveita grande quantidade de água presente no rejeito.”

A operação da CSN Mineração é considerada relativamente “segura” aos olhos do investidor. Uma grande prova disso é que, no ano passado, a companhia fechou dois contratos de longo prazo para o fornecimento de minério de ferro à maior trader de commodities metálicas do mundo, a suíça Glencore, com pagamento adiantado total de 750 milhões de dólares. Para especialistas do setor, esta é uma espécie de “chancela” à mineradora de Steinbruch. Resta saber se ele abrirá mão de parte da empresa ao realizar um IPO e, a que tempo e a qual preço.

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