Eleições em Israel definem destino da Cisjordânia

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Como última tentativa de derrotar o oponente Benny Gantz, Netanyahu prometeu anexar a região vizinha caso fosse reeleito

Por
Redação Exame

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9 abr 2019, 07h04 – Publicado em 9 abr 2019, 06h44

No final de semana anterior às eleições israelenses, Benjamin Netanyahu, o atual primeiro-ministro e candidato à reeleição para seu quinto mandato, afirmou que se ganhar o pleito desta terça-feira irá anexar os territórios da Cisjordânia, onde vivem cerca de 400 mil israelenses e 2,5 milhões de palestinos. Seu adversário, o general Benny Gantz, criticou a declaração do primeiro-ministro. Com isso, a eleição geral do país, que acontece nesta terça-feira, 9, passou a ser uma disputa entre duas visões para o futuro da política externa de Israel.

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Nas últimas duas semanas, Netanyahu aproveitou-se de sua posição para propagar uma imagem de líder global. Na última quinta-feira, 4, o primeiro-ministro foi a Moscou para uma reunião com o presidente russo Vladimir Putin. Os detalhes das negociações não foram revelados, mas Netanyahu confirmou que os dois conversaram sobre o conflito sírio, no qual os países participam em posições opostas. No começo da semana passada, Netanyahu recebeu o presidente Jair Bolsonaro em Israel e acompanhou a instalação de um escritório comercial brasileiro em Jerusalém, ainda que esperasse a transferência da embaixada de Tel Aviv para a cidade sagrada.

O primeiro-ministro, no começo de março, também viajou a Washington para se encontrar com o presidente Donald Trump. Nos Estados Unidos, testemunhou o presidente norte-americano assinar um termo em que reconhece a soberania israelense sobre as Colinas de Golã, consideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) um território Sírio ocupado por Israel.

Com a recente promessa de anexar a Cisjordânia se eleito, o apoio de Trump se torna mais significativo. Israelenses pró-anexação esperam que o presidente norte-americano continue a apoiar Netanyahu em uma possível tentativa de oficializar a ocupação de Israel na região. No passado, o primeiro-ministro havia dito que era a favor de negociações que levassem a formação e coexistência de dois territórios na área: Israel e Palestina. Agora, com sua declaração prometendo a anexação, deu sua última cartada para tentar obter o apoio de um segmento mais conservador e vencer.

Benny Gantz, o candidato do partido de oposição Azul e Branco, acusou Netanyahu de fazer uma campanha alarmista e “irresponsável”. Gantz é um ex-comandante das Forças Armadas israelenses e se apresentou na política como uma figura de união entre esquerda, centro e direito. Sua campanha tem sido centrada no combate à corrupção e nos ataques ao atual primeiro-ministro.

Na última pesquisa, divulgada na sexta-feira, 5, os dois candidatos estavam com uma diferença de pontos de intenção de voto baixíssima. O partido de Gantz apareceu na frente em algumas pesquisas, mas o Likud de Netanyahu parece mais capaz de formar uma coalizão com pequenos partidos nacionalistas de ultra-direita e formar um governo. Mesmo perdendo nas urnas, Netanyahu pode continuar no cargo pela maior força de articulação parlamentar de seu partido. Mas uma derrota popular pode jogar água em suas ambições expansionistas.





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