Argel – Um representante do presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, inscreveu em seu nome neste domingo a candidatura do octogenário às eleições presidenciais previstas para abril apesar de seu grave estado de saúde e dos protestos que se sucedem há duas semanas, informou a imprensa oficial.
Segundo o site do jornal “Actufil”, o expediente foi apresentado pelo ministro dos Transportes e novo chefe de campanha de Bouteflika, Adelghani Zaalane, que invocou o artigo 139 da lei eleitoral para justificar o fato de o líder não ter feito sua inscrição pessoalmente.
Bouteflika, de 81 anos, está internado há uma semana em um hospital da Suíça, sem que tenha transcendido qual é seu verdadeiro estado de saúde.
A apresentação da candidatura acontece no último dia do prazo estabelecido pelo Conselho Constitucional e em meio a grandes manifestações populares em todo o país contra o fato de Bouteflika disputar um quinto mandato consecutivo.
Além do atual presidente, outros seis nomes apresentaram suas candidaturas às eleições: o ex-ministro de Turismo e presidente do movimento islamita Al Binaa, Abdelkader Bengrina; o antigo membro da governante Frente de Libertação Nacional, Abdulaziz Belaid; o presidente do pequeno partido Concentração Argelina (RA, na sigla em francês), Ali Zeghdoud, e o ex-major-general Ali Ghediri.
Por outro lado, o principal adversário de Bouteflika nas eleições de 2004 e 2014, Ali Benflis, anunciou hoje que não participará do pleito presidencial.
“O meu lugar e o seu não é em uma concorrência que o povo rejeita”, garantiu Benflis, presidente do partido opositor Talaie al Hurriyet e primeiro-ministro com o próprio Bouteflika no gabinete formado entre 2001 e 2003.
Além de Benflis, outras duas figuras importantes da oposição se juntaram à sua decisão de renunciar às presidenciais, a líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Luisa Hanun, e Abdelrrazek Makri, que encabeça o Movimento Social pela Paz (MSP), o principal partido de tendência islamita autorizado na Argélia.
Assim, Benflis, PT e MSP aderem ao boicote eleitoral convocado por outros dois grandes grupos de oposição, o Agrupamento pela Cultura e a Democracia (RCD, na sigla em francês), e a Frente das Forças Socialistas (FFS). EFE