Um aplicador de prova foi o responsável por vazar a foto da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ). A afirmação foi dada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, neste domingo durante coletiva de imprensa no Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A foto de uma página com a proposta de redação do Enem, que este ano abordou a “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” , começou a circular na internet, segundo o ministro, após o início da avaliação. O ministro afirmou que o Ministério da Educação (MEC) vai tomar as medidas cabíveis para acionar o responsável e “escangalhar ao máximo” a vida dele. Apesar do vazamento, o ministro considerou o Enem um sucesso e disse que o exame foi “perfeito”.
— Eram três provas, e os códigos de barra dessas provas eram de pessoas que faltaram, então provavelmente foi um aplicador. A polícia vai entregar o nome, entregar a pessoa. É uma pessoa má, que abusou da confiança dos outros — afirmou o ministro.
Weintraub não confirmou a informação dada inicialmente de que o vazamento teria acontecido em Pernambuco. Segundo ele, a afirmação foi dada num primeiro momento, mas é preciso aguardar. O ministro afirmou que o vazamento não causou danos e não há margem para questionamentos legais do Enem.
— Num primeiro momento eu queria dar tranquilidade de que tinha o controle da situação, mas agora vamos esperar mais um pouco (para afirmar de onde partiu). Do ponto de vista prático, não vai fazer a menor diferença, essa pessoa não estará lá para aplicar a segunda prova do Enem. Ela vai pagar pelos atos e más intenções, mas o dano foi zero — afirmou Weintraub.
Em seguida, Weintraub defendeu a punição rigorosa para o responsável:
— O que a gente vai fazer é escangalhar ao máximo a vida dele. Eu sou a favor sempre que a pessoa que é um transgressor pague o preço da transgressão dela. Eu sou uma pessoa que acha que as punições no Brasil são leves. Faremos tudo que puder fazer para essa pessoa pagar pela ma fé dela, para realmente se arrepender amargamente de ter um dia vindo ao mundo — disse.
Prova mais objetiva
Questionado sobre o conteúdo da prova, Weintraub disse que não se envolveu na seleção das questões e que a única orientação foi que o exame fosse eficiente para selecionar os melhores alunos. Para professores, o Enem surpreendeu em Humanas e ficou mais objetivo,mas faltou mencionar ditadura.
– A gente já pode começar a falar regime militar, ditadura militar, e começar uma discussão que não vamos caminhar para nenhum lugar. Se não caiu, eu não participei da escolha das questões – argumentou o ministro. – Nós tivemos contato com a prova hoje, eu não tinha visto nada dela e nem o Alexandre ( Lopes, presidente do Inep). As nossas orientações para o time que compôs a prova era para que fizessem uma prova que fosse possível selecionar as pessoas mais qualificadas para conseguir entrar numa faculdade. O objetivo do Enem não é dividir, nem polemizar e nem doutrinar, é selecionar as pessoas mais qualificadas.
Respondendo à mesma questão, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que foi possível fazer uma prova “sem gerar polêmicas”.
– É possível cobrir toda a BNCC, a matriz de prova do ensino médio, suscitando ao participante que tenha capacidade de argumentação, sem gerar polêmicas. Mas houve uma grande quantidade de texto de poesia, diversidade de autores que compuseram os textos de referência, mas objetividade no comando da questão.
Abstenção mais baixa no primeiro dia
No primeiro dia de prova, 3,9 milhões de pessoas fizeram o exame. O índice de abstenção do primeiro dia, segundo o ministro, foi o mais baixo da história chegando a 23%. No ano passado, a abstenção chegou a 24,9%. Somente 376 pessoas foram eliminadas em todo país por questões como recusa a participar da análise biométrica.
– O Enem deu tudo certo, foi tudo perfeito, funcionou tudo bem. Foi a mais baixa abstenção da história do Enem. Teve pequenos episódios de falta de luz, um ou outro episódio de falta de água. Foi um Enem muito tranquilo.
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