A crise traz uma era mais pé no chão para startups, diz fundador do Ebanx

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A startup de pagamentos Ebanx ganhou destaque dentre a lista de unicórnios brasileiros no ano passado — startups com valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares — por ser a primeira fora do Sudeste.

Agora, com foco histórico em intermediar pagamentos online, a empresa curitibana sofre menos em meio à pandemia que abalou alguns dos unicórnios nacionais. Mas também precisou reformular parte dos planos, como a expansão da frente de maquininhas que havia começado nos últimos meses. Na semana passada, também foram cortados 62 de 780 funcionários. Alguns dos grandes clientes do portfólio sofrem como nunca com a crise — como a Uber, que viu redução no número de corridas, ou o Airbnb, com viagens turísticas em queda livre.

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Já outros clientes recém-adquiridos na expansão pela América Latina compensam as perdas, diz Wagner Ruiz, diretor financeiro e co-fundador da empresa. O Ebanx atua intermediando pagamentos para 50 milhões de compradores em mais de 1.000 sites de empresas internacionais e nacionais, que incluem também AliExpress, Wish e Spotify. Na pandemia, lançou a plataforma Ebanx Beep, para que PMEs possam vender online, e fechou na semana passada parceria para hospedar lojas virtuais de lojistas da Nestlé.

Ruiz diz que acredita que o Brasil ainda vai demorar mais de um semestre para começar a se recuperar da pandemia, mais tempo do que ele esperava no começo da crise, e que a experiência vai levar as startups a se preocupar mais com a sustentabilidade financeira. “Queríamos como empresa buscar um ajuste para ir atrás desses próximos 12 meses, 18 meses. Um dos ensinamentos dessa crise é estar preparado”, disse à EXAME. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

Por que a decisão de demitir parte dos funcionários agora? 

A nossa visão não mudou em absolutamente nada. O que tínhamos de expectativa de crise eram: três meses graves, seis meses para sair do buraco, dois meses de plateau. Por isso, chegamos ao fim de maio sem nenhuma mudança. Mas também temos de nos adaptar ao que pode ser esse “novo normal”. Eu quero achar que vão ser seis meses de recuperação, mas pode ser mais, pode ser um ano, um ano e meio. O negócio tem de estar de pé, bom e eficiente para chegar melhor depois do túnel. Então, precisamos fazer esses ajustes com dor no coração. Não foram cortes impactantes em número: foram 62 pessoas de um total de 780. Foi uma atitude de respeito com quem saiu e com quem ficou. Somos uma empresa que tem uma situação sólida. Poderíamos optar por dizer vamos bancar tudo igual durante um ano. E chegar daqui a um ano e não são 60 demissões, são 780. Foram semanas de reuniões, cenário A, cenário B, como ajudá-los na recolocação. Queríamos como empresa buscar um ajuste para ir atrás desses próximos 12 meses, 18 meses. Um dos ensinamentos dessa crise é estar preparado.

Como você enxerga essa recuperação do Brasil na pandemia? Sua visão ficou mais pessimista com o caminhar da crise?

No começo todo mundo falava em voltar para o escritório no dia 15 de maio. Ninguém sabe exatamente como funciona essa pandemia. A recuperação está ligada ao tempo de parada. Não tem ainda uma vacina promissora e, se tiver, olha a quantidade de gente no mundo. Pessoalmente não acho que vai ser algo catastrófico, que só vamos voltar em 2023. Mas acho que esse novo normal que a gente tem falado vai ser uma adequação na vida das pessoas. A economia vai voltar, de alguma forma. Mas vai ter de se adequar. No nosso caso, achamos uma adequação para um cenário médio, que não é o pessimista mas também funciona se não houver essa recuperação em V que alguns mais otimistas acreditam. Aliado ao fato de que temos algumas vantagens: não somos uma loja de rua, ainda que eu tenha sofrido com a queda de algumas operações de clientes. Então somos um pouco privilegiados nesse sentido.

Os cortes aconteceram em alguma área que deixou de ser relevante com a crise?

As pessoas não foram cortadas de uma área específica, entendemos que era questão de musculatura da empresa. Mesmo os meus vendedores do ponto físico, não foram todos dispensados, foram retreinados para fazer vendas internas. A parte mais fria disso é que continuamos investido. Estamos com o Ebanx Beep, expandindo operações de cross border na América Latina. O fato de mantermos 720 pessoas já é um investimento no futuro. Se não fossemos crescer, eu não precisaria de 720 pessoas.

O que mudou nos planos futuros do Ebanx nos últimos dois meses?

Tínhamos um processo que ainda estava incipiente de mundo físico, em que íamos investir bastante. Se você pensar nas ironias do destino, ainda bem que ele atrasou dois meses. Vamos continuar tendo físico, maquininha, entendemos que faz parte de um ponto importante, os restaurantes continuam entregando. Mas tínhamos um projeto agressivo de expansão dessa área, que colocamos em hold. Não faz sentido se eu acho que vai haver uma quarentena intermitente. Se voltar, a gente tira da gaveta.



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