Covid-19: Índia veta exportação de vacina e atrasa imunização no Brasil

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A tentativa do Brasil em antecipar o início de uma campanha de vacinação contra a Covid-19 neste mês não deu certo. Pelo menos não com a vacina da AstraZeneca/Oxford produzida pelo Instituto Serum, da Índia.

O país vetou a exportação de doses da vacina, por no mínimo três meses, para garantir a imunização de todos os indianos que integram o grupo de risco – o país tem mais de 1,3 bilhão de habitantes.

O anúncio foi feito pelo CEO do laboratório, Adar Poonawalla, em entrevista à Associated Press no último domingo (3). Segundo ele, a exportação poderá ser autorizada depois do governo indiano receber 100 milhões de doses do instituto.

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Vacina da AstraZeneca/Oxford produzida pelo Instituto Serum, da Índia, teve exportação vetada. Foto: rawf8/Shutterstock

No mesmo dia, o Brasil havia firmado um acordo com o Instituto Serum para a compra de 2 milhões de doses do imunizante, que seriam armazenadas pela Fiocruz. A expectativa era de que as primeiras doses começassem a chegar ao país ainda em janeiro.

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O contrato foi chancelado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a importação dos insumos pela Fiocruz. A fundação entraria com pedido para uso emergencial da fórmula até esta quarta-feira (6).

Procurada pela reportagem do Globo, a Fiocruz informou que as negociações para a importação das doses do imunizante estão a cargo do Ministério das Relações Exteriores. Já o Itamaraty não retornou o contato para explicar se o acordo com o Brasil será prejudicado pela decisão da Índia.

Vale lembrar que o Instituto Serum também colabora com o Covax Facility, consórcio de acesso a vacinas contra a Covid-19, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda não se sabe se a medida afeta o contrato firmado com o Brasil.

Vacina Covaxin

Por outro lado, a rede privada de saúde brasileira aposta em outra vacina indiana, a Covaxin, do laboratório Bharat Biotech. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou estar negociando com o laboratório para garantir a aquisição de cinco milhões de doses do imunizante.

Os representantes da associação viajaram à Índia nesta segunda-feira (4) para conhecer a capacidade de produção do Bharat Biotech – estimada em 300 milhões de doses do imunizante – e seguir com as tratativas da compra.

Caso o processo para a aquisição das vacinas Covaxin avance a expectativa é de que as doses estejam disponíveis no mercado brasileiro em março de 2021.

Fonte: O Globo

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