Brasília – O governo brasileiro está trabalhando para isolar a imagem dos produtos agropecuários do país das questões ambientais e não teme boicote no exterior, disse nesta quarta-feira o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.
O porta-voz foi questionado se existe um temor no Brasil de que a agricultura e a pecuária do país sejam vítimas de um boicote, especialmente de países europeus, dado os últimos dados que mostram uma aceleração do desmatamento da Amazônia nos últimos meses.
“Nós não temos expectativa nesse sentido. Os ministros do Meio Ambiente e da Agricultura vêm trabalhando em conjunto no sentido de promover a imagem do Brasil, particularmente os produtos agropecuários, no exterior, isolando-os dessa questão ambiental que é uma questão que, como nós já estamos de há muito avançando tratando-se de visões estereotipadas e pontuais”, defendeu Rêgo Barros.
Segundo o porta-voz, o governo brasileiro quer chegar a um entendimento sobre uma medição transparente do desmatamento e repetiu que o Ministério do Meio Ambiente está em processo de contratar novas ferramentas, mais precisas, para isso.
Itaipu
O porta-voz repetiu que o presidente Jair Bolsonaro vem sendo informado para que se possa construir um novo acordo rapidamente sobre o uso da energia de Itaipu.
Segundo Rêgo Barros, o presidente não irá comentar sobre as questões políticas no Paraguai, onde na terça-feira a oposição apresentou um pedido de impeachment contra o presidente Mario Abdo, após um acordo sobre Itaipu, firmado de maio, mas cancelado pelos dois países após sua divulgação, ter sido considerado nocivos por parlamentares paraguaios.
O porta-voz confirmou ainda que Bolsonaro pediu à Secretaria de Assuntos Jurídicos da Presidência um estudo para também alterar a exigência de publicação de editais públicos de jornais impressos para meios digitais.
Na terça, o governo publicou uma medida provisória que acaba com a obrigatoriedade de empresas publicarem balanços em jornais de grande circulação. A MP alterou uma lei sancionada pelo próprio Bolsonaro com a mesma finalidade, mas que dava um prazo até 2022 para que os jornais, muitos deles com boa parte da receita advinda dessas publicações, se adaptassem.
Em São Paulo, o presidente chegou a dizer abertamente que a medida era uma retribuição aos grandes meios de imprensa pela maneira que o tratavam.
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